Um paciente com HIV de 60 anos da Alemanha chegou a 'remissão sustentada da doença – pelo qual ele pode ser considerado curado – após um transplante de células-tronco para tratar a leucemia. Este caso, documentado e publicado esta segunda-feira pela revista científica Nature, representa o sétimo caso documentado de remissão do vírus causador da SIDA em todo o mundo.
Segundo o estudo, o paciente interrompeu a terapia antirretroviral (TARV) contra o HIV para se submeter ao tratamento. transplante de células-tronco como a melhor opção para combater a leucemia. Como explicam os investigadores, “a remissão do VIH persiste por mais de seis anos” após o transplante.
A peculiaridade deste caso se deve ao fato de o doador de transplante de células-tronco não possuir duas cópias. Mutação CCR5Δ32 – mutação que impede a entrada do vírus HIV nas células – mas apenas uma, que não foi observada em outros casos de remissões prolongadas do HIV, sempre associadas a transplantes de doadores com essa variante genética rara.
Este caso, em que não houve evidência de replicação viral mais de seis anos após a interrupção do tratamento, pretende mudar a compreensão da doença e fornecer aos cientistas novas ferramentas contra o vírus.
Como explicou Christian Gebler, pesquisador da Universidade de Berlim, ao meio especializado SINC, a descoberta sugere que é possível se recuperar do HIV sem um doador. homozigoto (com a mutação CCR5Δ32), que expandirá significativamente o círculo de doadores desenvolver esta via terapêutica contra o HIV. No entanto, o pesquisador lembrou à mídia que Esta estratégia só pode ser utilizada em pacientes com outras indicações. médico, além do HIV, porque é “muito arriscado” usar apenas contra o vírus.