Há apenas dois anos Elena trabalhou como médica de famíliasua vocação desde os 14 anos. Porém, a jovem não suportou a pressão de turnos intermináveis, semanas de mais de 60 horas de trabalho, o que fez com que seu sonho de se dedicar à medicina fosse completamente destruído.
Diante disso, Elena tomou uma decisão radical: abandonar a profissão e se dedicar à cerâmica: “Imagine o que isso significou para mim e para o meu entorno. Mas eu precisava Priorize sua saúde mental e física acima da medicina.”
Esta terça-feira Espelho público concentrou a sua investigação nesta questão e, como salientado no artigo desta manhã, um relatório da Organização Médica Universitária, que entrevistou 1.400 médicos juniores, disse que dois terços sofriam de insónia e metade de exaustão. Além disso, o programa conseguiu conversar com Domingo Sanchez, oncologista de 33 anos: “Eles ganham em média 60 horas por semana. Este relatório alerta para o que pode acontecer. São questões de saúde mental.” Sobre o salário, Domingo observou: “Depende de cada comunidade autónoma, mas eles pouco mais de 2.000 euros com um vencimento base de 1200 euros.”
Por sua vez, Elena explicou como foi forçada a desistir da profissão dos seus sonhos: “Quando decidi que não queria exercer a medicina, senti muita culpa e muita vergonha. Foi muito difícil para mim e para as pessoas ao meu redor entender.” Da mesma forma, uma jovem relembrou a dedicação durante a pandemia, quando era residente do quarto ano: “Você tinha que trabalhar muitas horas e ninguém reclamava porque você tinha que estar onde deveria estar; mas então a situação mudaria. Eles precisam de tempo para estarem renovados e motivados.. O sistema não permite isso.”
Por último, Elena defendeu o sistema de saúde pública espanhol, embora tenha sublinhado que ainda há muito por fazer: “Estamos cada vez mais pressionados pelos cuidados de saúde, a sociedade está a mudar e a tornar-se mais exigente, e isso requer mais recursos e mudar a situação de trabalho enfrentada pelos médicos“.