dezembro 3, 2025
M2MJPXXDVVPT3FCIPLCJ5MYIWU.jpg

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump conversaram ao telefone por 40 minutos nesta terça-feira, em ligação iniciada pelo Brasil, informou o Itamaraty em nota. A conversa surge no meio de um destacamento militar sem precedentes dos EUA para pressionar o venezuelano Nicolás Maduro e dias depois de Lula ter convidado publicamente Trump a intervir para aliviar as tensões nas Caraíbas. Mas a declaração de Brasília não incluiu a Venezuela entre as questões discutidas pelos líderes, como as tarifas dos EUA e a cooperação contra o crime organizado. Seria absolutamente chocante se ambos os líderes ignorassem pessoalmente o problema mais premente e grave da região.

O presidente Lula classificou a conversa como “muito produtiva”. O brasileiro agradeceu ao seu homólogo a recente redução das tarifas de 50% para 10% sobre alguns dos produtos que o Brasil mais exporta para os EUA, como café, carnes e frutas. Ele também apelou a um rápido progresso nas negociações para eliminar os restantes impostos adicionais.

“O presidente Lula também enfatizou a urgência de fortalecer a cooperação com os Estados Unidos na luta contra o crime organizado internacional”, diz a nota, lembrando a recente operação policial realizada pelo governo federal para estrangular economicamente o principal grupo do crime organizado brasileiro, o Primeiro Comando de la Capital (PCC). “O presidente Trump reafirmou seu total compromisso em trabalhar com o Brasil e seu total apoio às iniciativas conjuntas entre os dois países para combater essas organizações criminosas”, disse o Itamaraty.

O governo Lula tem resistido a apoiar Trump no combate ao tráfico de drogas. O veterano esquerdista discorda que as organizações de tráfico de droga do seu país sejam grupos terroristas que devem ser combatidos militarmente e rejeitou a pressão de Trump nesse sentido.

A crise venezuelana tornou-se uma dor de cabeça para Lula, que congelou a relação do seu governo com o chavismo após as eleições presidenciais de 2024, que deixaram Maduro no poder apesar dos claros sinais de fraude. Brasil e Venezuela compartilham uma fronteira de 2.200 quilômetros.

Os presidentes dos EUA e do Brasil se reuniram pessoalmente pela primeira vez em outubro do ano passado, depois que Lula passou meses tentando abrir um diálogo com Trump para fazê-lo reverter a decisão. obrigação. Lula conseguiu manter a questão de Bolsonaro fora do diálogo com Washington.