dezembro 3, 2025
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A partir desta terça-feira, o supercomputador MareNostrum, com sede em Barcelona, ​​conta com um primo mexicano, Leo Atrox. Na agenda do presidente catalão Salvador Illa em Guadalajara (México) estava a assinatura de um protocolo de cooperação entre o Centro de Supercomputação de Barcelona – Centro Nacional de Supercomputación (BSC-CNS) e o Centro de Análise de Dados e Supercomputação da Universidade de Guadalajara (CADS). Ambas as organizações irão colaborar nas áreas de investigação, ensino e inovação científica, sendo a primeira estação deste caminho o intercâmbio de estudantes de pós-graduação e assistentes de investigação.

A diferença na maturidade e no poder de processamento de ambos os supercomputadores é significativa, senão terrível. Na verdade, MareNostrum é centenas de vezes mais poderoso que Leo Aatrox. A máquina de Guadalajara tem um poder de computação de cerca de 500 teraflops (0,5 petaflops), enquanto a máquina catalã tem um poder de processamento de 215,4 petaflops, com meta de 314 petaflops.

Além disso, as suas áreas de trabalho são atualmente muito diferentes. No entanto, ambas as instituições veem oportunidades de aproximação. “Marcamos os caminhos de trabalho em Jalisco”, parabenizou presidente Salvador Illa após participar da assinatura de um acordo de cooperação. O CADS, segundo seu site, é um centro regional de supercomputação projetado para fortalecer a capacidade do estado de Jalisco e seus arredores, área considerada o Vale do Silício do México. Expandir as capacidades da Leo Atrox é essencial para desenvolver o ecossistema de inovação ao seu redor.

Neste ponto, o primo mais velho tem bastante experiência para contribuir. A capacidade do MareNostrum de realizar cálculos complexos é usada em praticamente todas as disciplinas científicas, da astrofísica à biomedicina. Os 72 grupos de investigação que o utilizam actualmente incluem projectos como o desenvolvimento de vacinas contra a SIDA e simulações de energia de fusão, entre outros. O seu reconhecimento como um centro europeu líder é, de facto, um requisito para a criação de várias empresas que alimentam o ecossistema científico catalão.

O professor Manuel Valero, diretor do BSC-CNS, lembra que a criação da Comissão Ibero-Americana de Supercomputação já era discutida há dez anos. Depois do Brasil, continua o especialista, que também visitou Guadalajara, a região mais desenvolvida desta região é o México, embora ainda esteja muito atrás da infraestrutura catalã. “Isso exige atualização constante de máquinas e investimentos conjuntos e deixamos de investir nisso há muito tempo”, explicou. A reitora da Universidade de Guadalajara, Carla Planter, espera resolver este problema. Durante a assinatura, ele garantiu que o acordo ajudará o centro comunitário a atualizar seu próprio centro de supercomputadores e, no curto prazo, se tornar um centro tecnológico entre as universidades públicas da América Latina.

Valero enfatiza o interesse do México no desenvolvimento da supercomputação. Um indicador disso, acrescentou, é o número de estudantes, especialmente de Guadalajara, que estudam em Barcelona. Dos 300 estudantes e investigadores estrangeiros contados ao longo dos anos, metade são mexicanos. “Jalisco é o estado com maior desenvolvimento tecnológico”, confirmou.

A reitora do Centro Universitário de Ciências Económicas e Administrativas, Mara Robles Villaseñor, defendeu este roteiro. “Jalisco possui um sistema tecnológico que permitirá à universidade se tornar um centro científico e de dados que reúne governo, empresas e universidades”, acrescentou.

Para Valero, o acordo de colaboração assinado tem implicações não apenas para os estudantes de pós-graduação mexicanos: por exemplo, eles podem usar o MareNostrum para as suas pesquisas. A estreita cooperação entre ambas as organizações, bem como o interesse do governo de Jalisco em investir em CADS, podem ajudar a fortalecer esta ideia original da Comissão Ibero-Americana de Supercomputação.