Dizem que diversidade é riqueza e nesta quarta-feira, 3 de dezembro, Dia Internacional das Pessoas com Deficiênciaesta frase ganhou significado em Sevilha com a inauguração 'Almazuela'uma exposição que destaca diferentes pontos de vista e … maneiras únicas de criar. Você pode visitar a exposição até 1º de março de 2026 na sede da Fundação Valentina de Madariaga y Oya, localizada no Paseo de las Delicias.
Nesta ocasião, FVMO e a Fundação Randstad uniram esforços para apresentar um percurso que justifique Arte Brutaum movimento que reivindica a prática criativa fora dos círculos acadêmicos e comerciais, bem como o talento de 38 artistas com deficiência intelectual: Alvaro Herrera Sánchez, Ana Gomez, Ana Vargas, Artem Ibadulaev, Beatriz Segura, Benjamin Pineda, Carlos Garcia, Carmen Candelera, Claudia Zorrilla, Dania Mellado, Daniel Parejo, Fatima Calderon, Felipe Rubiales, Francisco Gamarro, Helliot Baeza, Ignacio Liedo, Jaime Garcia, José Caro, José Manuel Munoz, Juan Gomez, Luis Moya, Mar Calvo, Maria del Carmen Boorquez, Natalia Vargas, Natalia Montoya Vargas, Pablo de la Cerda, Paco Campa, Paco Espanha, Punam Marañon Cintas, Reyes Vergara Cano, Ricardo Rojas Soriano, Rocio Flores, Sergio Ruiz, Sonsoles Babiano Alvarez de los Corrales, Teresa Rodriguez-Barbero, Ulises Lopez e Yolanda Carballo Sarmiento.
Primeira sala de exposições
Durante a inauguração, evento que reuniu mais de cem pessoas Luis Garcia de Tejada RicartO CEO da FWMO enfatizou que “diversidade é riqueza, não exclusão”, defendendo um modelo cultural acessível. De minha parte, Marta Valer MunillaDiretor Nacional de Alianças Estratégicas da Fundação Randstad, enfatizou que “a arte e a inclusão são melhores quando partilhadas” e definiu a exposição como “demonstrando que a diversidade também se expressa na cultura”.
O evento também contou com a presença de instituições como Aurora Lazo BarralDiretor Geral de Promoção do Emprego e Competitividade Empresarial da Junta da Andaluzia, que lembrou que na sociedade “apenas uma em cada cinco pessoas com deficiência tem emprego”, anunciando medidas para melhorar o recrutamento e a formação. Da Câmara Municipal de Sevilha, Reyes Casares Ordóñez interveio o chefe do departamento de serviço social, salientando que as exposições reflectem “uma Sevilha diversa e plural, construída a partir do talento único de cada pessoa”. Na mesma linha Pedro Calbo RocaCEO da Pessoas com Deficiência, defendeu o papel da arte como “veículo de inclusão e veículo de criatividade”.
Novas perspectivas
Existe uma teoria que diz que as pessoas que estão destinadas a se encontrar estão unidas por fio vermelho invisível. Ele pode esticar, ficar emaranhado ou perder você de vista, mas nunca quebrará. Em Almazuela, este símbolo percorre a primeira parte da exposição com o objetivo de orientar o visitante, conectar as obras e mostrar a arte como ponto de encontro, como percurso comum.
Obras do centro móvel de cerimônias de dança
Assim que o visitante atravessa os portões da FWMO, é saudado pelo logotipo da exposição – uma obra composta por 56 pontos conectados por um fio vermelho em forma de coração. Ao passar pela porta, o visitante é recebido com uma introdução ao conceito Art Brut. Explica que o conceito foi inventado Jean Dubuffet, e se caracteriza por sua autenticidade, poder expressivo e singularidade, demonstrando formas e linguagens próprias que ampliam as fronteiras do que é considerado arte.
Assim que entra na primeira sala, o visitante descobre uma enorme tenda que domina o espaço. Trabalho Projeto DISTRA FWMO liderado por Adriana Tores Silvafaz sentido quando você gira 180° e encontra duas mãos segurando um fio vermelho próximo à frase “EU OBRIGADO”. Assim, na parte externa da instalação é possível ler mensagens cotidianas cheias de gratidão, como “Obrigado pelo trem. Hoje me sinto feliz porque gosto de andar de trem”, “Obrigado pelo arroz chinês da Rosanna” ou “Estou animada para ir ao cinema na Zona Este”, acompanhadas de ilustrações que dão vida a cada palavra.
Na próxima estadia correspondente à produção Centro móvel de criatividade em dançaCerca de vinte pinturas enchem de cor o lado direito da sala. À frente deles, ao contrário, estão pequenos quadrados azuis com detalhes em branco e vermelho, incluindo discretos fragmentos de linha vermelha. Cada obra tem seus pontos fortes e, embora formem um grupo, vale a pena fazer uma pausa para apreciar os detalhes.
O passeio continua em uma sala imersiva onde transforma o espaço no fundo do mar através de plásticos, projeções de água e esculturas que dão vida a peixes, águas-vivas, tartarugas, arraias, golfinhos. A instalação, criada por Ricardo Rojas, combina materiais do quotidiano como fios, arames, lã ou paus para formar figuras que misturam o real e o imaginário numa visão poética do mundo natural.
Baralho de cartas do centro de dia La Puebla de Casalla
Deixado o fundo do mar para trás, a jornada continua com os artistas Centro de dia La Puebla de Casallaque cumprimentam o espectador “Panorama móvel automático – para frente e para trás”uma instalação inspirada em espetáculos pré-cinemáticos do século 19, como “Great Moving Panorama of Mississippi”, de John Banward. A obra combina pintura, som e movimento através de uma estrutura rotativa que mostra cenas relacionadas como uma história visual. Da mesma forma, as salas seguintes apresentam pinturas e desenhos cheios de cor, culminando na original nova interpretação de um baralho de cartasrefletindo a criatividade dos participantes.
Por fim, a última paragem de “Almazuela” permitir-lhe-á conhecer a criatividade Fátima Calderóndesenvolvendo seu próprio universo povoado por criaturas fantásticas. De um personagem –meio-humanosemi-antílope- Retrata figuras negras com traços náuticos, chifres, nadadeiras ou caudas, cada uma com nome e caráter próprios. O trabalho de Fátima tem sido fortalecido pelo apoio do Centro Vocacional La Puebla de Casalla e oficinas criativas e é um exemplo de como a persistência e a experimentação podem expandir um projeto artístico único.
-
Data: até 1º de março de 2026.
-
Horário de funcionamento: segunda a sexta das 9h00 às 14h00. e a partir das 16h00. às 20h Fins de semana das 10h às 14h.
-
Localização: Fundação Valentina de Madariaga y Hoya, Paseo de las Delicias, 7.
Assim, “Almazuela” apresenta-se como um ponto de encontro para quem pensa a arte como um direito, como uma linguagem comum e como uma ferramenta para a mudança social. Este projecto colectivo, que oferece uma oportunidade de ver perspectivas e vozes únicas que normalmente são marginalizadas no panorama artístico tradicional, torna-se uma oportunidade maravilhosa para descobrir novas formas de criatividade, conectar-se com a diversidade, reconhecer o valor do talento em todas as suas formas, e desafiar o estereótipo de que deficiência significa incapacidade.