O vice-primeiro-ministro David Lammy destacou as vantagens económicas desfrutadas pelos países com uniões aduaneiras, à medida que o governo enfrenta uma pressão crescente para fortalecer os laços com a União Europeia, relata o The Times. Os comentários de Lammy surgem no meio de um esforço concertado do número 10 para reparar a relação fraturada com Bruxelas após o Brexit.
Falando abertamente no podcast News Agents, Lammy reconheceu que “deixar a União Europeia prejudicou seriamente a nossa economia” e enfatizou que laços económicos mais estreitos provaram ser benéficos para outras nações. Embora tenha esclarecido que a adesão à união aduaneira “não é onde estamos actualmente”, Lammy apontou a Turquia como um exemplo de um país que prospera sob uma união aduaneira parcial com a UE.
Starmer intensifica as críticas ao Brexit enquanto o Partido Trabalhista almeja a reforma do Reino Unido
Enquanto o Partido Trabalhista se prepara para fazer das relações com Bruxelas um foco central da sua campanha contra a reforma do Reino Unido, o Times descreveu como o primeiro-ministro, Sir Keir Starmer, intensificou as suas críticas ao Brexit. Num discurso recente na cidade de Londres, Starmer criticou a saída do Reino Unido da UE como uma medida de política externa “completamente imprudente”, criticando as “promessas selvagens” feitas pelos defensores da saída em 2016.
Linhas vermelhas do Brexit
Questionado sobre se o Reino Unido deveria voltar a aderir à união aduaneira, Lammy reiterou que o Brexit “nos tirou de um mercado importante e criou sérios atritos”. Ele também mirou nas “falsidades” espalhadas por aqueles que defendiam a saída da União Europeia, alegando que o futuro da Grã-Bretanha está “inextricavelmente ligado” à UE e que o governo deveria trabalhar para promover laços mais estreitos ao longo do tempo.
Apesar dos comentários de Lammy, um porta-voz do vice-primeiro-ministro esclareceu a posição do governo, dizendo: “As nossas linhas vermelhas são claras: não haverá regresso ao mercado único ou à união aduaneira. Estamos a colocar o interesse nacional em primeiro lugar, construindo uma relação comercial mais estreita com a Europa que é boa para empregos, contas e fronteiras”.
Presidente alemão: “Não olhe para trás com raiva”
Num gesto simbólico, o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros durante o referendo do Brexit de 2016, citou a canção dos Oasis “Don't Look Back In Anger” ao celebrar um novo capítulo nas relações entre o Reino Unido e a UE.
Embora reconhecendo a decepção e a incerteza sentidas no momento da separação, Steinmeier instou ambos os lados a olharem para o futuro em vez de se concentrarem no passado.
Ele declarou que “Cool Britannia está viva” e que o amor entre o Reino Unido e a UE permanece apesar da mudança no relacionamento.