Em setembro passado, a Roig Arena de Valência abriu com uma homenagem a Nino Bravo e à figura que deixou a indústria sem palavras: 20.000 lugares com capacidade máxima em modo concerto. A figura é redonda, pensativa, simbólica… e ao mesmo tempo provocante.
Agora, três meses depois, a presidente de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, contra-atacou com um plano para expandir o Palacio de los Deportes (renomeado Movistar Arena): Total de 20.008 assentos. Mais oito lugares. Literalmente.
Qual local os artistas internacionais preferem?
A resposta não é (apenas) qualidade. Embora Madrid tente recuperar a superioridade numérica, técnicos e artistas já se pronunciaram: a Roig Arena vence naquilo que não é visível do solo. Estamos falando sobre acústica projetada do zerocamarins funcionais, áreas de carga e descarga ao pé do palco e mais de mil metros quadrados de telões de LED criando o palco para cada show.
Uma plataforma criada para música
- Design personalizado de HOK e ERRE, sem património desportivo.
- Bastidores funcionais: escritórios, refeitório e camarins junto ao palco.
- Acústica premium: Som de alto volume sem vazamento para o exterior.
- Salão adicional: Mais 2.000 pessoas para shows intimistas.
Resultado? Estão previstos 76 concertos, os bilhetes para 27 estão esgotados. Alguns especialistas já o chamam de “Valencia Madison”.
O que inicia a guerra: oito locais
O novo plano de autoproteção da Movistar Arena aumentará a capacidade de 20.008 locaisultrapassando o colosso valenciano por um sopro. Uma manobra mais simbólica do que funcional, mas com carga política e emocional.
Ayuso defende a expansão como um passo fundamental para atrair jogos da NBA e fortalecer o EuroBasket 2029. Porém, na modalidade basquete, a Roig Arena continua na liderança: 15.600 lugares contra 15.000 em Madrid.
Efeito econômico: números recordes
- Arena Roig: Espera-se que mais de um milhão de pessoas visitem em seu primeiro ano.
- Arena Movistar: Em 2024 foram recebidos 577 milhões de euros (1% do PIB da região).
- Investimentos: 400 milhões de euros foram pagos pessoalmente por Juan Roig.
Concertos ou competições?
A batalha entre Ayuso e Roig vai muito além do entretenimento. É um debate sobre prestígio, atração do turismo musical e definição de quem é a capital cultural no novo mapa da música ao vivo.
O paradoxo é apresentado: Madrid quer assumir o trono digital, mas Valência já tem corações de artistas. E nesta batalha, oito assentos podem significar paz.