dezembro 6, 2025
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O Senado de Ideias da Arquidiocese, convocado pelo Arcebispo em XXII Encontro de Pensamento Cristãodiscutido na última quarta-feira em torno “Governança Ética e Inteligência Artificial” com base no documento Antiqua et nova do dicastério do Vaticano. pela fé, pela cultura e pela educação num encontro organizado pela delegação diocesana do Apostolado Secular, que bateu todos os recordes de presença, ganhando mais de uma centena profissionais, cientistas, empresários, jornalistas e militares sociedade civil de Sevilha.

As apresentações, que deram início a um rico colóquio com uma rica troca de ideias, foram feitas Professor de Filosofia Moral e Política da Universidade de Valência Agustin Domingo Morataglia E Ministro da Indústria, Energia e Minas, Jorge Paradela. Mas a coisa mais alarmante nesta reunião foi mencionada Delegado da Endesa da Andaluzia Rafael Sanchez Duranque relataram que a singularidade tecnológica, que fará com que os humanos percam o controle sobre o comportamento da inteligência artificial, ocorrerá em cinco anos.

Mas esta não foi uma sessão alarmista com conotações apocalípticas, mas sim informação atualizada sobre questões atuais que afetam a vida e a própria consciência humana. O professor Domingo Moratalla propôs um termo que ilumina o pensamento católico: algorítmico, isto é, uma nova ética para a sociedade algorítmica, já que “a inteligência artificial não é um processo neutro do ponto de vista moral”. Na verdade, ele chegou ao ponto de dizer que “o algoritmo nunca foi considerado compassivo”, o que é a raiz do comportamento cristão.

O cerne da sua palestra centrou-se na questão de saber se a inteligência artificial representa conhecimento “desincorporado”, se é “mente sem alma”o que seria contrário à abordagem cristã com uma longa tradição no ensino da Igreja. Um dos grandes desafios que a inteligência artificial enfrenta é assumir a responsabilidade pelo seu uso indevido ou por qualquer preconceito ou exclusão resultante do algoritmo com o qual foi programada.

O Conselheiro Paradel forneceu informações muito mais detalhadas, começando com o número de 25 bilhões de dispositivos eletrônicos conectados que existem no mundo atualmente. “Ninguém consegue dominar todos os avanços tecnológicos dos últimos tempos”, afirmou, antes de relatar que uma simples busca em qualquer programa de inteligência artificial consome dez vezes mais energia do que outra em um simples mecanismo de busca.

Paradella questionou-se, tal como fazem os mercados financeiros globais, se a ascensão do mercado de ações das empresas que investem massivamente no desenvolvimento da inteligência artificial terminaria numa explosão, como aconteceu com a chamada “pontocom” no início do século XXI. Em sua dissertação, ele citou algumas vezes Yuval Noah Harari, um defensor do transumanismo, que defende a superação das limitações físicas e intelectuais humanas que fundamentam o significado transcendente da vida.

Neste sentido, o professor Domingo Moratalla observou que o surgimento da inteligência artificial poderia levar a “mudança no modelo antropológico” superar o envelhecimento e, em última análise, a morte, que marca toda a existência humana conhecida. Como conciliar esta oportunidade para um seleto grupo de bilionários com acesso a cuidados de saúde restauradores com a pobreza em que vivem vastas camadas da população mundial representa um desafio ético ao qual a Igreja quer responder: “Não viemos aqui para fechar portas, mas para oferecer uma síntese equilibrada, aberta à verdade e guiada pela caridade”, explicou o Arcebispo de Sevilha.

Precisamente, o prelado utilizou o ensinamento emergente do Papa Leão XIV para reafirmar a primazia da “dignidade infinita e irredutível” do homem, superior a “toda construção tecnológica”. Assim, apelou a “uma visão antropológica robusta, a urgência de um quadro normativo que regule e um apelo à sabedoria do coração” contida na inteligência natural de cada pessoa para evitar cair em “riscos éticos de enorme importância”. “Uma pessoa não pode ser reduzida a um algoritmo”, chegou a dizer.

Monsenhor Saiz Meneses citou o Salmo 139 (“Tanta sabedoria é exaltada, supera-me e não consigo alcançá-la”) e apelou a “fazer pedagogia olhando nos nossos olhos e não para o ecrã”. No final da sua reflexão final, deixou pendente a questão de quem liderará todo o processo que segue a inteligência artificial: “Um sistema implacável que procura o máximo benefício, ou uma comunidade humana animada pelo Evangelho?” “Nós, cristãos, somos chamados a ser fermento de esperança, ajudando a fazer da inteligência artificial um instrumento do bem, um caminho para uma sociedade mais justa e fraterna”, concluiu.