– Europa Imprensa/Contato/Samir Bol
MADRI, 6 de dezembro (EUROPA PRESS) –
A Rede de Médicos do Sudão, organização civil que documenta vítimas no contexto da guerra civil que eclodiu em Abril de 2023 no país africano, reportou esta sexta-feira um número de mortos que chega a mais de 50, incluindo 33 crianças, num ataque de drones atribuído à Força de Apoio Rápido (RSF) a um jardim de infância e hospital no estado de Kordofan do Sul, num conflito que mergulhou o país numa das maiores crises humanitárias do país. nível global.
Os mortos também incluíram quatro mulheres e “vários profissionais de saúde que chegaram ao local para prestar assistência, mas sofreram um segundo ataque surpresa”, afirmou o grupo num comunicado publicado nas redes sociais, apelando à comunidade internacional para “activar urgentemente os seus mecanismos para pôr termo a estas violações e proteger os civis desarmados” no Sudão.
“Este crime brutal e massacre imoral de crianças num jardim de infância confirma a política deliberada da RSF de aterrorizar civis e deslocá-los à força, tácticas que têm usado sistematicamente em El Fasher, Kordofan e outras regiões”, afirma a carta, assinada pelo porta-voz da Rede de Médicos Sudaneses, Razan al-Mahdi.
A mesma organização afirmou ontem que pelo menos nove pessoas, incluindo quatro crianças e duas mulheres, foram mortas no ataque de quinta-feira, que descreveu como uma “grave violação do direito humanitário internacional”.
A guerra civil no Sudão eclodiu devido a fortes divergências sobre o processo de integração do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) no exército. A situação atrapalhou o período de transição que começou com a derrubada do regime de Omar Hassan al-Bashir em 2019, já abalado pela agitação que derrubou o então primeiro-ministro Abdullah Hamdok em 2021.
O conflito, marcado por intervenções multinacionais em apoio às partes em conflito, mergulhou o país numa das maiores crises humanitárias do mundo, com milhões de deslocados e refugiados e enfrentando o alarme internacional devido à propagação de doenças e aos danos em infra-estruturas críticas, impedindo a ajuda a centenas de milhares de vítimas.