dezembro 7, 2025
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Nas Honduras, permanece a incerteza quanto ao resultado das eleições presidenciais. A contagem dos votos foi interrompida no fim de semana e as autoridades eleitorais não deram qualquer indicação sobre as razões do atraso na contagem, que ainda permanece muito próxima mas dá uma ligeira vantagem ao candidato conservador Nasri Asfour, apoiado por Donald Trump, com 40,20% dos votos, enquanto o seu adversário, o liberal Salvador Nasrallah, tem 35,9% de apoio com mais de 88% dos votos apurados. A Organização dos Estados Americanos (OEA), através da sua missão de observação eleitoral, criticou este sábado a “notória falta de experiência na preparação e execução” da contagem dos votos e apelou à aceleração da contagem dos votos, enquanto o partido Libre, no poder, pede a anulação das eleições presidenciais.

A missão da OEA, liderada pelo ex-ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loyzaga, observou “atrasos óbvios” na contagem dos votos e pediu que ela fosse retomada e agilizada, “garantindo ao mesmo tempo medidas de rastreamento para garantir a confiança nos resultados”. Em comunicado divulgado no sábado, a entidade criticou não só a lentidão na contagem dos votos, mas também os problemas técnicos registados durante a contagem dos votos. “A missão constatou que houve atrasos e interrupções na gestão e processamento de materiais eleitorais. Além do acima exposto, a OEA registou uma clara falta de experiência no desenvolvimento e implementação, especialmente de soluções tecnológicas, o que levou a atrasos na verificação”, concluiu.

Entre os principais problemas registados pela OEA está a falta de disponibilização periódica dos resultados publicados no site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o que tem suscitado duras críticas dos candidatos presidenciais. “A missão da OEA saúda a posição daqueles que permaneceram pacientes ao pedir calma nesta fase crucial do processo. É imperativo que os cidadãos e especialmente os partidos políticos continuem a exercer os poderes de supervisão e fiscalização que a Lei lhes confere”, reconheceu a organização. “A OEA considera fundamental que as autoridades eleitorais garantam plenamente que as etapas subsequentes do processo, incluindo o grande acúmulo de registros, a auditoria especial e a fase de resolução de problemas, sejam realizadas com total clareza, máxima eficiência e sem atrasos”, recomendou a OEA.

O partido no poder condenou a fraude eleitoral e exigiu pelo menos o cancelamento das eleições presidenciais. Marlon Ochoa, conselheiro da CNE que representa o Libre, disse que um “golpe” e uma “fraude eleitoral” estavam sendo preparados contra o candidato Rixi Moncada. Ochoa disse que 86,6% dos protocolos continham “erros e inconsistências” no seu conteúdo, e também denunciou deficiências estruturais “graves” como a lentidão na transferência dos resultados dos protocolos, a falsificação dos resultados da votação na noite eleitoral quando foram transmitidos através do chamado TREP, o sistema de transmissão de resultados preliminares.

Numa petição enviada este sábado à CNE, Libre exige a anulação das eleições “devido a todas as ações graves que violam a Constituição e a Lei Eleitoral”, entre as quais mencionou a mudança na vontade dos eleitores, uma vez que não reconhecem o resultado, o que deixa Moncada num distante terceiro lugar, com apenas 19% dos votos. Nasrallah rejeitou este pedido e disse este sábado aos meios de comunicação locais: “Não devemos anular as eleições, precisamos de alguém para contar o que já foi votado. As eleições foram limpas, mas um operador de transmissão chamado ASD, uma empresa colombiana com má reputação, contratada à última hora porque não houve tempo, falhou”, disse, referindo-se à empresa contratada para fazer a recontagem. Asfura, porta-estandarte de Trump, não se pronunciou, mas na quinta-feira avisou: “Não vou sair e falar sobre inconsistências ou incerteza de combustível”.