dezembro 9, 2025
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Estas foram as últimas horas para contemplar colagens Henri Matisse, parte da série Jazzquando neste domingo dois homens armados invadiram a principal biblioteca municipal de São Paulo (Brasil), onde estavam expostos. Sob a mira de uma arma, mas sem disparar um tiro, selecionaram oito obras do artista francês e cinco obras do brasileiro Candido Portinari, apresentadas na exposição, que recebeu os primeiros visitantes no dia do encerramento. Os ladrões entraram e saíram pela porta principal da biblioteca Mário de Andrade, desaparecendo pelas ruas movimentadas do centro histórico de São Paulo. Estas obras de Matisse já tinham sido roubadas há muitos anos. Um dos ladrões foi detido esta segunda-feira, a identidade do segundo também foi apurada, noticia o jornal. Ou um globo.

As obras fizeram parte da exposição. Um livro em um museu: o MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade. (Do Livro ao Museu), que reúne vinte obras de Matisse em diálogo com outros artistas dos acervos das duas instituições. A exposição é dedicada ao centenário da biblioteca municipal que leva o nome do poeta e escritor brasileiro Andrade.

Os ladrões dominaram o segurança depois que um deles mostrou a ela uma arma debaixo da camisa. Enquanto uma delas a trancava num quarto, retirando-lhe o rádio e o telemóvel, o seu cúmplice entrou na sala onde estavam penduradas as obras, intimidou um casal de idosos que visitava a exposição, retirou as obras da parede, colocou-as num saco de pano e desapareceu. As gravuras de Portinari, que também foram retiradas, fizeram parte da obra. Menino do Engenho.

Álbum Jazz Foi criado por Matisse durante a Segunda Guerra Mundial. “São estes colagensColore papéis, recorta-os e forma imagens. Você vê como eles se parecem colagens“São imagens muito poderosas, com aquela confusão de cores que é muito característica do Matisse, com toda esta ambiguidade por causa da situação de guerra, onde não se sabe se há violência ou não”, explicou Pedro Neri, museólogo da biblioteca municipal, num vídeo promocional.

O artista sofria de câncer quando pintou as obras roubadas. Como não sabia desenhar e esculpir, criou colagens. As peças estão reunidas em um livro chamado Jazz e destes 250 exemplares foram publicados. Foi publicado pela primeira vez em 1947 na França.

Mais de 25 mil câmeras de vigilância instaladas na cidade mais populosa do Brasil ajudaram a revelar as rotas de fuga dos ladrões. O detido tem 31 anos, já esteve envolvido em roubos e tráfico de drogas. A van que eles usavam foi previamente localizada e examinada pelos investigadores.

Gravações do sistema Smart Sampa – espécie de irmão mais velho do sistema de reconhecimento facial – mostram um dos ladrões andando pela rua perto da biblioteca, carregando nas mãos os maiores pedaços do saque. A certa altura, ele os coloca no chão e as filmagens são interrompidas, informa o referido jornal.

O local do roubo é a principal biblioteca municipal de São Paulo, um centro cultural centenário no centro histórico, prédio onde o movimento de leitores e visitantes é constante. O álbum está funcionando Jazz Eles retornaram ao acervo da Biblioteca Mário de Andrade há dez anos, após um incidente inusitado, pois já haviam sido roubados sem o conhecimento do museu. Em 2006, foram descobertos na fronteira por funcionários da alfândega argentina. Durante anos, a biblioteca recusou-se a admitir que foram roubados até descobrir que os itens que possuía eram cópias, e não originais, que devolveu em 2015.