Jair Bolsonaro, o ex-presidente brasileiro agora preso por planejar um golpe, está recebendo tratamento biográfico.
Jim Caviezel, que interpretou Jesus no filme de Mel Gibson de 2004, A Paixão de Cristo, está filmando secretamente um retrato “heróico” do ex-político de direita. Dark Horse, dirigido por Cyrus Nowrasteh e escrito por Mário Frias, que foi secretário de cultura durante o governo Bolsonaro, começou a ser filmado há três meses no Brasil, onde Bolsonaro foi presidente de 2019 a 2023. Ele foi condenado a 27 anos e três meses de prisão em setembro de 2025 por liderar uma conspiração criminosa para impedir que seu rival de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, tomasse o poder, embora seus apoiadores neguem as acusações e comparem a acusação ao “legal guerra” que Donald Trump supostamente enfrentou antes de ser reeleito.
A conspiração, que envolvia um plano para assassinar Lula e seu companheiro de chapa, fracassou depois que líderes militares se recusaram a participar. O tribunal concluiu que Bolsonaro e seis cúmplices tentaram “aniquilar” a democracia brasileira e devolver a maior democracia da América Latina à ditadura.
Frías começou a postar clipes do projeto mostrando Caviezel vestido de Bolsonaro na segunda-feira. O filme também é estrelado por Lynn Collins e Esai Morales e terá produção concluída no México e nos Estados Unidos em 2026.
O filho de Bolsonaro, Carlos, confirmou a existência do filme em X, postando uma foto sua com Caviezel vestido de pai. “Sei que seu legado continuará sendo admirado por pessoas boas e invejado por aqueles que buscam a destruição; porém, a mensagem que você imprime a cada passo deixa sua marca no mundo”, escreveu ele sobre Caviezel, encerrando a postagem com “Deus, Jesus e liberdade!”
Baseado em vazamentos e em uma primeira olhada não oficial, o filme parece focar na campanha presidencial de Bolsonaro em 2018, enfatizando sua formação militar. Na altura, o polémico e desgraçado ex-presidente provocou indignação internacional ao dizer que os povos indígenas do Brasil “estão cada vez mais a tornar-se seres humanos como nós” e que preferia que o seu filho morresse num acidente de carro a ser gay, entre muitos outros comentários racistas, homofóbicos e misóginos.
Após seu sucesso em filmes dos anos 90 e início dos anos 90, como The Thin Red Line e Frequency, bem como The Passion of the Christ, Caviezel se reposicionou como um representante da Hollywood cristã e da direita conservadora. Para promover seu filme Sound of Freedom de 2023, que alguns criticaram como adjacente ao Q-Anon em sua paranóia sobre o tráfico sexual de crianças, ele apareceu em vários eventos afiliados ao Q-Anon e em um podcast com o aliado de Trump, Steve Bannon. Ele também apareceu no canal de televisão de Maga, Mike Lindell, entre outras aparições na mídia de direita.
O ator também apoia publicamente Donald Trump, endossando-o em 2024 e referindo-se a ele como “O Novo Moisés”.
Caviezel foi recentemente escalado para estrelar Ressurreição, a continuação de Gibson ao seu filme de 2004. Ele foi reformulado depois que o diretor não conseguiu encontrar uma maneira adequada de envelhecê-lo digitalmente.
Bolsonaro começou a cumprir pena de 27 anos, em um quarto do tamanho de uma vaga de estacionamento na capital Brasília, no mês passado.