dezembro 9, 2025
00EuropaPress_6091496_florentino_perez_president_of_real_madrid_and_zinedine_zidane_during_the-U7164.webp

Há três semanas, um encontro inesperado causou alvoroço entre os torcedores do Real Madrid. Zinedine Zidane, fã assíduo dos jogos do time branco, também foi flagrado na partida da NFL entre Dolphins e Commanders. No anterior ele apareceu para grama para tomar um banho enorme, atuando como convidado VIP. E foi nesse momento, por acaso ou não, que conheceu Florentino Perez, que atuava como guia turístico ao lado dos executivos da NFL Ayuso e Almeida.

Houve abraços, confissões, carinhos recíprocos e risadas. Um encontro público cara a cara que enterrou, se é que já não existia, quaisquer rumores de distanciamento entre Zidane e Florentino. Não podemos esquecer que a segunda passagem do francês pelo banco do Real terminou com uma carta contundente a Zizou, na qual elogiou as duas vezes em que o presidente confiou nele, mas também lhe apontou o dedo: “Saio porque sinto que o clube já não me dá a confiança que preciso, não me oferece o apoio para construir algo a médio ou longo prazo. Sou um vencedor nato e vim aqui para ganhar troféus, mas além disso há pessoas, emoções, vida, e tenho um sentir que essas coisas não eram valorizadas, que não se entendia que assim se mantém a dinâmica de um grande clube. “Até me repreenderam em certo sentido”.

Esta carta, publicada no jornal As, destruiu a relação quase paternal entre eles. Se Florentino é o que é hoje, é em grande parte graças a figuras como Zidane. E o francês também tem muito a agradecer ao líder branco, mas foi em maio de 2021 que começou o distanciamento, que foi esquecido com o tempo. Tanto é verdade que Zidane é agora o candidato número um para substituir Xabi caso o Real Madrid não consiga vencer o City na quarta-feira. Florentino, que já saiu de domingo muito irritado, terá muita dificuldade em não baixar o dedo se a Inglaterra vencer no Santiago Bernabéu.

Então Zidane é o plano A do presidente, que levanta a cabeça e não vê mercado suculento para substituir o Tolosarra. É o que é, e entre esta pequena oferta é Zidane quem inspira mais confiança em Florentino. Convencê-lo é outra questão porque o francês tem compromissos com a seleção francesa a partir de setembro. Deschamps deixará o banco assim que terminar a Copa do Mundo de 2026 e, após anos de espera, Zidane finalmente poderá realizar um de seus sonhos: liderar a França, com quem se sagrou campeã mundial em 1998. Será que Zidane abrirá mão daquela antiga e tão esperada vontade de sentar-se no banco do Bernabéu pela terceira vez? Ninguém sabe.

Também pode ser que Zidane só concorde em substituir Alonso até ao final da temporada, mas há um risco significativo. Pode custar caro, assim como em sua primeira passagem, quando conseguiu sagrar o Madrid campeão da Liga dos Campeões em cinco meses. Ou você também pode acertá-lo e acabar no banco da França com uma vaga desnecessária.

Dicotomia

Arbeloa, além da inexperiência, é próximo de Xabi, mas o clube tem muita fé nele

Caso Zidane não aceite a oferta de Florentino após a demissão de Alonso, haverá mais dois nomes na mesa de negociações. A capa traz Arbeloa, atual treinador do Castilla e amigo pessoal de Xabi. Uma curiosa dicotomia. Quem diria ao time juvenil que apenas seis meses depois de substituir Raul como chefe do time reserva, ele poderia ter que passar para o time titular para ocupar a função de “mano”. Seria uma aposta arriscada e inexperiente, mas como no caso de Raúl nunca se pensou nele quando Ancelotti corria o risco de ser despedido, há mais fé em Arbeloa.

A crença de que quase não existe plano C aqui. Klopp está interessado em Florentino há anos, mas isso não significa que vai contratá-lo. Mesmo agora, quando já está aposentado e ocupa o cargo de diretor esportivo do departamento de futebol da Red Bull. Jurgen tem um perfil de treinador que não corresponde à forma como Perez liderou o Real Madrid. O Clube do Presidente não foi feito para alemães e, a menos que um deles ceda à sua maneira de pensar, não será uma operação viável.