novembro 15, 2025
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O estresse é uma reação natural a situações desafiadoras, como o ritmo acelerado da nossa sociedade, o trabalho excessivo ou as mudanças na vida diária. Isto por si só não é mau, mas a exposição prolongada ao stress pode ter consequências negativas para a nossa saúde porque altera quase todos os processos do corpo e da mente, levando a desconforto físico, psicológico e emocional.

Quando os níveis de cortisol, o chamado hormônio do estresse, estão elevados, podemos sentir ansiedade, nervosismo e tristeza. Mas quando esses efeitos são prolongados, também aparecem dores musculares, cãibras, enxaquecas, hipertensão, falta de memória e fadiga. Em casos mais graves, pode até causar problemas cardiovasculares, doenças cardíacas, distúrbios digestivos, diabetes e obesidade, entre outras doenças.

Muitas pessoas acreditam que o estresse é apenas um estado de espírito, mas isso não é verdade: o estresse pode afetar todo o corpo, inclusive a saúde da pele, nosso maior órgão. Amparo Rodriguez Alvarez, dermatologista com vasta experiência em saúde da pele e no tratamento de peles sensíveis, conta a esta publicação que “em situações de medo ou estresse, o corpo libera dois hormônios fundamentais: adrenalina e cortisol”, que explicam esse processo.

“Quando esse estresse persiste ao longo do tempo, são geradas substâncias inflamatórias que alteram a barreira cutânea, reduzem sua capacidade protetora, retardam sua regeneração e limitam a produção de colágeno, ao mesmo tempo que promovem sua degradação e reduzem a quantidade de elastina. Com isso, a pele perde elasticidade e firmeza, gerando rugas profundas e ainda mais flacidez: isso é uma pele estressada”, elabora.

Além do processo inflamatório, Rodriguez Alvarez acrescenta outro fator: “o estresse oxidativo, a formação de radicais livres que atacam diretamente as células da pele, reduzindo a produção de colágeno e interrompendo a renovação celular”.

Concluindo: “O estresse crônico acelera o envelhecimento da pele e contribui para o aparecimento de mais rugas”, enfatiza este especialista, que trabalha como dermatologista no Instituto Dermatológico Compreensivo de Barcelona e também dirige seu próprio centro.

É claro que a pele, como qualquer outra parte do corpo, sofre estresse e se manifesta por diversos sintomas, mas, segundo o médico, os mais comuns são: aparecimento prematuro de rugas; tom opaco e falta de brilho devido à oxigenação insuficiente e acúmulo de células mortas; ressecamento e desidratação devido a alterações na barreira cutânea e perda de água; maior sensibilidade a fatores externos, tendência a vermelhidão e dermatites, maior frequência de processos inflamatórios.

Como podemos consertar a pele estressada?

A falta de sono ou descanso insuficiente também leva a uma pele opaca com bolsas e olheiras que envelhecem a sua aparência. Tal como a idade: “O ano tem uma influência decisiva na capacidade de regeneração da pele. Os jovens que sofrem de stress prolongado têm maior probabilidade de ter acne ou pele mais oleosa, mas apresentam sempre uma maior capacidade de reverter os danos”, explica a dermatologista. E acrescenta: “Por outro lado, na pele madura, o estresse leva ao envelhecimento mais rápido da pele, mais rugas, flacidez, ressecamento e perda de brilho”.


É aconselhável utilizar produtos que fortaleçam a barreira cutânea, bem como limpar a pele regularmente.

Quanto às dicas que podemos colocar em prática para evitar o estresse epidérmico, Rodriguez sugere, em primeiro lugar, tentar enfrentar essa condição mudando hábitos, praticando exercícios, aumentando o número de horas de sono, alimentando-se bem e, se necessário, buscando orientação de profissionais. Além disso, recomenda o uso de produtos que fortaleçam a barreira cutânea: boa limpeza, ácido hialurônico para reter água e promover hidratação, ceramidas e niacinamida.

E não se esqueça da proteção solar diária, essencial para prevenir manchas e melhorar a uniformidade da pele em termos de tonicidade e níveis de hidratação.

O especialista aconselha em alguns casos “agir diretamente no problema com a ajuda de princípios ativos fortalecedores, mas acima de tudo é interessante resolvê-lo pela raiz, agindo sobre os fatores que alteram o envelhecimento acelerado da pele”.

Assim, no que diz respeito aos cuidados faciais para reparar a pele danificada, que considera de extrema importância, Rodriguez Alvarez destaca que principalmente “deve focar-se em hidratar, reparar e acalmar a pele”.

E sugere alguns passos simples: limpeza suave com sabonete de pH neutro que não agride a barreira cutânea; soro calmante com niacinamida, ácido hialurônico e extratos vegetais (por exemplo, centella asiática); Proteção solar de amplo espectro cobrindo UVB, UVA, infravermelho e luz visível; uso regular de máscaras hidratantes e, se quiser ir mais longe, consulte um dermatologista para determinar e personalizar seu regime.