O Manchester City aumentou a pressão sobre o técnico do Real Madrid, Xabi Alonso, na quarta-feira, com uma vitória por 2 a 1 na Liga dos Campeões da UEFA.
As especulações sobre o futuro de Alonso dominaram a preparação para o jogo e não houve alívio para o antigo médio espanhol, já que o City recuperou de uma desvantagem de golo para vencer no Santiago Bernabéu. Depois que o Real Madrid viu um pênalti anulado pelo VAR, Rodrygo abriu o placar aos 28 minutos, quando o brasileiro finalizou uma jogada bem executada que começou no meio do campo do time da casa.
Mas o City se recuperou de um início lento para marcar dois gols em oito minutos no final do primeiro tempo.
Primeiro, Nico O'Reilly rematou à queima-roupa, depois de Thibaut Courtois desviar um cabeceamento de Josko Gvardiol na sequência de um canto. E então o árbitro Clement Turpin estava novamente atrás da tela para conceder ao City um pênalti pela entrada desajeitada de Antonio Rüdiger sobre Erling Haaland.
Haaland marcou o pênalti e, embora o Real Madrid tenha pressionado bastante no segundo tempo, não conseguiu se classificar, pois caiu para a segunda derrota em casa em quatro dias. São agora apenas duas vitórias em oito jogos para a equipa de Alonso, com a sua posição aparentemente por um fio. — Rob Dawson
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O Madrid aderiu, mas será suficiente para salvar Alonso?
Pep Guardiola deu um conselho a Alonso em sua coletiva de imprensa na terça-feira: faça as coisas do seu jeito.
Um dia depois, no Bernabéu, no jogo mais importante da temporada do Real Madrid até então, Alonso fez exatamente isso. Se Alonso perder o cargo de treinador do Real Madrid, poderá fazê-lo escolhendo uma equipa em que acredita e jogando o futebol que deseja, sem compromissos. Isso significou que Gonzalo García, favorito de Alonso na Copa do Mundo de Clubes da FIFA, entrou no lugar do lesionado Kylian Mbappé. Isso significava que Federico Valverde estava jogando como um lateral-direito relutante, quer ele gostasse ou não.
Isso significou que Dani Ceballos entrou no meio-campo, com Arda Güler no banco. E na ala, Alonso continuou a confiar em Rodrygo, apesar da sequência de 32 jogos sem gols. Durante grande parte desta derrota, os jogadores pelo menos pareciam estar a jogar para o seu treinador, embora provavelmente tenha ajudado o facto de ser uma noite de Liga dos Campeões, contra um grande nome do rival anual City, e enfrentando o inimigo público número um do Madrid, Guardiola.
Desde o início houve um esforço notável e agradável ao público para trabalhar duro sem posse de bola, pressionar o City e tentar ganhar a bola no alto do campo, uma marca registrada de Alonso que aparentemente foi esquecida – por acidente ou intencionalmente – durante a crise do Real Madrid nas últimas semanas.
Aos dois minutos, o Real Madrid ganhou uma cobrança de falta na entrada da área – inicialmente marcada como pênalti – que resultou na vitória de Jude Bellingham em posição perigosa. Três minutos depois, quando o City avançou, Valverde correu de volta para se proteger. Quatro minutos depois, Bellingham desbancava Bernardo Silva.
Depois veio a enxurrada de gols no primeiro tempo, com a vantagem do Real Madrid sendo anulada. A segunda parte começou com o Real Madrid a parecer bem, embora também houvesse oportunidades preocupantes para o City.
A reacção dos adeptos do Bernabéu às substituições de Alonso sugeriu que os adeptos têm dúvidas sobre o treinador. Sua primeira substituição depois de uma hora, com o favorito dos torcedores Garcia substituído pelo meio-campista Güler, foi recebida com um silêncio perplexo e interrogativo enquanto o time buscava um gol.
O som da retirada de Ceballos para Brahim Díaz também foi abafado. Só quando Endrick foi substituído por um defesa, Raúl Asencio, a dez minutos do final, é que o Bernabéu rugiu. O Madrid pressionou pelo empate até ao fim. Eles competiram com o City. Foi uma derrota, mas não constrangedora. E isso pode ser suficiente para manter Alonso no emprego, pelo menos por enquanto.–Alex Kirland
City prova o ponto de Pep
Guardiola disse na sua conferência de imprensa em Madrid, na terça-feira, que o City “está numa pequena transição”. Você pode entender o porquê.
Muitas vezes, para grandes jogos no Bernabéu, ele contou com Éderson, Kyle Walker, Ilkay Gündogan e Kevin De Bruyne. Agora todos eles seguiram em frente.
Apenas três jogadores que iniciaram a final da Liga dos Campeões em 2023 – Haaland, Silva e Rúben Dias – também foram titulares contra o Real Madrid, na quarta-feira. Esta é uma equipa nova e antes do jogo Guardiola disse que queria que os seus jogadores “provassem” que podiam jogar no grande palco.
Eles responderam com a primeira vitória do City aqui desde 2020.
O'Reilly, de apenas 20 anos, foi fantástico como lateral-esquerdo contra Rodrygo, que fez um bom jogo. Jérémy Doku, de 23 anos, foi uma ameaça constante na lateral esquerda e fez com que Valverde, como lateral-direito do Real Madrid, tivesse muitos problemas, principalmente no segundo tempo. Guardiola sente que o Bernabeu é um grande teste para uma equipe e o City passou no exame. –Dawson
Não Mbappé, mas Rodrygo chega tarde
Mbappe estava no banco, mas durante a preparação pré-jogo Alonso deixou claro que havia poucas chances de ele causar impacto esta noite. “Kylian não está apto para jogar”, disse Alonso à televisão espanhola. “Existe um risco.”
Sem ele e seus nove gols na Liga dos Campeões nesta temporada, as chances do Real Madrid de encontrar as costas de Gianluigi Donnarumma pareciam mínimas. Rodrygo não marcava há nove meses antes da partida de quarta-feira. Garcia não marcava há cinco meses. Até Vinícius Júnior não marcava há dois meses.
Mas se Rodrygo – que parecia completamente perdido nas últimas semanas – fosse marcar contra algum time, tinha que ser o City. Ele sempre encontrou outro nível na Liga dos Campeões, marcando duas vezes mais gols no campeonato do que na LaLiga, e marcou mais gols contra o City do que qualquer outro time, com dois gols quando as equipes se enfrentaram em 2022, e outros dois em 2024.
Agora adicione 2025 à lista. Seu gol foi uma finalização vintage de Rodrygo, rematada rasteira na frente do gol pela direita, posição que ele pessoalmente não gosta. Após o fim da seca de 32 partidas, foi possível ver o alívio em sua comemoração. Houve também um abraço em Alonso, um reconhecimento em que o treinador continuou a acreditar quando poucos o fizeram.
Mas o golo não disfarçou a falta de ameaça ofensiva do Real Madrid. O jogo geral de Garcia foi bom, mas ele não acertou nenhum arremesso em sua hora de quadra. Rodrygo acertou dois arremessos e Vinicius quatro. Isso não foi nada parecido com o número de chances que Mbappe costuma garantir.
O Real Madrid parecia o mais perigoso nos últimos minutos, com Endrick em campo – o seu cabeceamento acertou na trave – mas não foi suficiente. Qualquer equipa sentiria falta da qualidade de Mbappé e o Real Madrid não foi exceção. – Kirkland
Conjuntos de bola parada aliviam Haaland
Foi um começo lento para o novo treinador do City, James French, que chegou do Liverpool no verão. Houve um momento no início de novembro em que o City foi o único time da Premier League a não marcar em uma bola parada, mas tudo mudou nas últimas semanas.
Quando Josko Gvardiol cabeceou após escanteio de Phil Foden contra o Sunderland, no sábado, Guardiola imediatamente se virou e apontou para seus treinadores no banco com um sorriso radiante.
O gol contra o Real Madrid não foi tão limpo, mas todos contam. Mais uma vez foi Gvardiol quem cabeceou após escanteio de Rayan Cherki e O'Reilly estava no lugar certo na hora certa para finalizar após a bola voltar de Courtois.
Courtois deveria ter feito melhor, mas Guardiola e French não se importam.
O City já marcou quatro gols em lances de bola parada nos últimos quatro jogos. É um grande bônus para Guardiola, que admitiu no início desta temporada que sua equipe precisava encontrar maneiras de aliviar a pressão sobre os ombros de Haaland para marcar gols. — Dawson
Madrid paga por lista de lesões defensivas
Não se pode criticar a defesa do Real Madrid neste jogo – que muitas vezes deixou a desejar, com Courtois a livrar-se de problemas com seis defesas – sem mencionar os ausentes. E é uma lista longa, longa.
Dani Carvajal, Éder Militão, Dean Huijsen e Ferland Mendy seriam a primeira escolha de elite em quarto lugar, sem falar de Trent Alexander-Arnold e David Alaba. Da defesa titular do Real Madrid, apenas Álvaro Carreras era esperado como titular semanal no início da temporada.
Dito isto, Rudiger ainda é um defesa internacional muito experiente. Valverde pode ser um lateral-direito excepcional e Asencio costuma ter um desempenho adequado quando convocado. E aqui eles tinham que lidar com Haaland, além do ritmo e da astúcia de Doku e Cherki.
Dos quatro, Carreras destacou-se e teve uma das atuações mais impressionantes da sua carreira no Real Madrid até à data. Ele ofereceu compostura com a bola e ajudou o time a avançar em campo quando não estava focado na defesa. Valverde fez o seu trabalho e Asencio quase salvou. Mas Rudiger cometeu uma falta normalmente desnecessária sobre Haaland, no pênalti que acabou custando o resultado ao Real Madrid.
O City fez doze chutes, criando duas “grandes chances”, para um xG de 2,54. Considerando as lesões do Real Madrid, este pode não ser um desempenho tão ruim. E eles confiaram em Courtois para livrá-los de problemas em jogos ainda maiores e mais importantes do que este. – Kirkland
O City ainda busca estabilidade defensiva
Não há dúvidas de que esta equipe do City pode marcar gols. Eles são os artilheiros da Premier League com 35 jogadores e marcaram 13 vezes nos últimos quatro jogos em todas as competições.
O problema que eles têm é mantê-los fora do outro lado.
A equipe de Guardiola manteve apenas dois jogos sem sofrer golos nos últimos 11 jogos. Eles mantiveram o Sunderland de fora no sábado – apesar de alguns momentos instáveis no início do segundo tempo – mas o Manchester United é o único time entre os seis primeiros a ter sofrido mais do que os 16 do City.
Eles tiveram sorte de escapar do pênalti nos primeiros dois minutos – anulado pelo VAR – depois que Gvardiol e Silva foram pegos com a bola no mesmo intervalo.
O gol de Rodrygo também foi ruim. Tudo começou quando Silva perdeu para Carreras no escanteio, antes que o Real Madrid conseguisse trabalhar a bola de trás para frente sem que o City fizesse qualquer desafio.
O City merece crédito por ter resistido à pressão do Real Madrid no final, mas Guardiola vai querer eliminar o desleixo exibido nos primeiros trinta minutos. –Dawson