O Senado não aprovará Mónica García pela sua liderança na reforma do Estatuto-Quadro – a lei que regula as condições de trabalho dos profissionais que trabalham no sector da saúde – que levou a três greves médicas (uma delas que dura agora quatro dias consecutivos). … e outra agendada pelos sindicatos para janeiro em que apelam a todo o pessoal médico para parar de trabalhar. O PP registou na Câmara Alta, onde tem maioria absoluta, uma moção de desaprovação da chefe do ministério “pela sua incompetência à frente do ministério e pela sua utilização partidária e sectária do Conselho Interterritorial do Sistema Nacional de Saúde”.
A proposta será debatida na próxima terça-feira e destaca a “falta de diálogo” de Mónica Garcia, que “destruiu qualquer possibilidade de negociação e pela sua insensibilidade, falta de respeito e desprezo absoluto pelos nossos trabalhadores da saúde”, afirma Alicia Garcia, representante do PP no Senado.
Os populares aludem à greve dos médicos que ocorre nestes dias em toda a Espanha devido à insatisfação com o Estatuto-Quadro proposto pelo Ministério da Saúde. O PP sublinha que “a paralisação do desenvolvimento do Estatuto-Quadro demonstra a falta de diálogo e a rigidez do ministério chefiado por Monica García”. Todas as propostas do ministro, dizem, foram rejeitadas pelos profissionais. “Ele não sabia e não quis responder aos pedidos dos profissionais médicos”, diz um representante do PP na Câmara Alta.
A iniciativa recorda que as Comunidades Autónomas governadas pelo PP exigiram que o Ministério retirasse a sua proposta e iniciasse uma reforma “do zero” e “verdadeiramente acordada através do diálogo”. Alicia García observa que são as autonomias que “devem implementar este Estatuto-Quadro, e o quadro só mantém o nome porque está incluído em questões que já foram desenvolvidas pelas comunidades e, claro, nem o ministro nem o governo concordaram com eles”.
“A recusa do Ministério da Saúde em abandonar a abordagem das Comunidades Autónomas só agravará o confronto direto existente com os profissionais, aumentará a sua frustração, bem como o impacto negativo das suas greves nas atividades médicas dos pacientes em todas as redes sociais”, afirma Alicia García. A proposta de Mónica Garcia é popularmente considerada “sectária” e “muito distante” de melhorar as condições de vida dos profissionais.
Nova oferta
Por esta razão, o PP exige que a saúde retire a sua proposta de Estatuto-Quadro e convoque um Fórum-Quadro de Diálogo Social para desenvolver um novo projecto baseado “num verdadeiro consenso com os referidos profissionais de saúde e comunidades autónomas”.
Da mesma forma, os populares pedem ao ministério que apresente relatórios técnicos, jurídicos e económicos que justifiquem as alterações propostas pelo Estatuto-Quadro, bem como garantam um financiamento realista para todos eles.