novembro 15, 2025
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Isabel Díaz Ayuso regressou esta quinta-feira ao plenário da Assembleia de Madrid, ao mesmo tempo que decorre o julgamento da procuradora-geral acusada de vazar um email do advogado do seu companheiro. Esta é a segunda e última semana de julgamento. No seu discurso, Ayuso atacou o PSOE, chamando-o de partido “autocrático”. “Você já é um projeto autoritário que não respeita nem a separação de poderes nem o poder da imprensa”, disse Ayuso, que disse a um representante socialista que “ela nunca será candidata na sua vida”. Anteriormente, o porta-voz do PSOE, Mar Espinar, referiu-se diretamente ao processo, do qual Ayuso não se pronunciou. “Seu chefe de gabinete e seu sócio já tiveram que admitir suas mentiras no tribunal”, disse Espinar, citando os depoimentos das testemunhas Miguel Angel Rodriguez e Alberto Gonzalez Amador no julgamento do procurador-geral. “Você terá que fazer isso também”, disse ele a Ayuso.

A Presidente da Comunidade de Madrid tentou concentrar-se nas suas funções de governo, decidindo se o procurador Alvaro García Ortiz vazou à imprensa um relatório em que o advogado do seu namorado admitia dois crimes fiscais contra o erário público, segundo o seu círculo. No entanto, não pôde ignorar o julgamento de maior repercussão que teve lugar no Supremo Tribunal nos últimos anos e cujos discursos foram transmitidos para toda a Espanha.

Ayuso contra o “efeito exílio” Vox: “Alguém terá que limpar casas”

A sessão plenária começou com uma pergunta de Isabel Pérez Moñino, do Vox, que questionou a presidente sobre as 25 mil casas que prometeu construir desde 2019, quando tomou posse, e, aliás, falou sobre os alegados danos que os imigrantes estão a causar em zonas de Madrid. Ayuso respondeu colocando a imigração na frente e no centro, assumindo uma posição oposta à de Vox sobre a questão: “Seria mau ter um efeito de expulsão porque, eu digo, alguns terão de limpar as suas casas, alguns terão de colher as suas colheitas, e alguns terão de colocar os tijolos das casas onde todos os outros viverão.

A oposição registou na ordem do dia diversas perguntas sobre assuntos gerais, entre as quais se destaca a questão da fiscalização. O departamento de saúde de Madrid admitiu um erro no envio de cartas a 571 pacientes que foram notificados de resultados falsos negativos no rastreio do cancro do cólon. O Ministério da Saúde sustenta que não houve erro de diagnóstico e que os prontuários dos pacientes registravam sempre os “resultados corretos”. Desde que o erro foi descoberto, a administração entrou em contato com cada um desses pacientes por telefone, SMS ou prestadores de cuidados primários. Segundo a empresa, o problema foi resolvido em uma semana.

Agora é hora de descobrir o que Ayuso tem a dizer sobre isso. Porém, os holofotes estarão mais uma vez sobre o companheiro de Ayuso, Alberto Gonzalez Amador. Na reunião plenária anterior, a oposição dirigiu-se a ele de forma muito dura. O porta-voz socialista Mar Espinar disse ser “fã da fraude fiscal” e Manuela Bergero, do Mas Madrid, aconselhou-o “a não fugir” por causa dos processos que abriu sobre estes crimes. O Presidente respondeu citando casos de corrupção que o governo sofreu, como os de José Luis Abalos ou de Santos Cerdan, este último preso.