A plataforma norte-americana Reddit entrou com uma ação no Supremo Tribunal da Austrália buscando anular a primeira proibição de mídia social do país para menores de 16 anos, argumentando que a lei viola a liberdade de expressão política e representa sérios riscos à privacidade.
A empresa, que cumpre a legislação ao mesmo tempo que a desafia, argumenta que a Lei de Emenda à Segurança Online (Idade Mínima nas Redes Sociais) de 2024 restringe inconstitucionalmente a comunicação política ao impedir que jovens australianos participem em discursos políticos online.
O Reddit entrou com uma ação no Supremo Tribunal da Austrália buscando anular a primeira proibição de mídia social do país para menores de 16 anos.Crédito: Bloomberg
Na sua apresentação vista por este jornal, o Reddit sustenta que “as opiniões políticas das crianças influenciam as escolhas eleitorais de muitos eleitores atuais, incluindo os seus pais e professores” e que impedir as crianças de comunicarem as suas opiniões “sobrecarrega diretamente a comunicação política na Austrália”.
A empresa também afirma que a lei é ineficaz, observando que “uma pessoa com menos de 16 anos pode proteger-se mais facilmente de danos online tendo uma conta, o que é proibido” porque as contas podem ter configurações de segurança aplicadas a elas.
O Reddit disse que estava agindo em nome de seus usuários australianos, que expressaram preocupação por serem forçados a apresentar identificação governamental ou exames faciais para acessar uma plataforma baseada em pseudônimos. A empresa disse que nunca havia coletado informações sobre idade antes e teve que criar sistemas de verificação inteiramente novos para cumprir.
A plataforma defende ainda que não deveria de forma alguma ser abrangida pela lei, visto que funciona como um fórum público para adultos e não como uma rede social tradicional, com conteúdos acessíveis sem conta.
Uma audiência de instruções está prevista para fevereiro, e uma decisão final pode não ocorrer até o final de 2026.
O desafio surge no momento em que uma ação separada do Tribunal Superior, apoiada por defensores dos adolescentes, também desafia a legislação.