dezembro 13, 2025
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A presidente mexicana Claudia Sheinbaum convidou o Papa Leão XIV ao México nesta sexta-feira. O presidente falou com o pontífice numa conversa telefónica num dia em que dezenas de milhares de peregrinos marcharam até à Basílica de Guadalupe vindos de diferentes partes do país em veneração à Virgem de Guadalupe. “Concordamos que, além da religião de cada indivíduo e do secularismo do Estado, a Virgem de Guadalupe é um símbolo de identidade e paz para os mexicanos”, disse Sheinbaum num breve comunicado online.

12 de dezembro é uma das grandes datas do calendário dos religiosos do México. Mais de 10 milhões de peregrinos passam anualmente pela Basílica de Guadalupe, segundo dados oficiais do governo da Cidade do México, que destaca as datas de 9 a 12 de dezembro. O papa, disse o presidente, “envia bênçãos e saudações a todos” pela celebração.

O evento canônico ocorre de longe. Este é o aniversário de 12 de dezembro de 1531, dia em que o indígena mexicano Juan Diego Cuauhtlatoatzin realizou a encomenda da Virgem em sua última aparição. Reza a história que, no meio do inverno, a divindade milagrosamente fez brotar flores no monte Tepeyac e instruiu um menino a trazê-las ao bispo Zumárraga com o manto que o cobria. Ao jogá-los diante do monge, sobre o manto que ele carregava, foi revelada uma imagem da Virgem de Guadalupe, que foi transmitida aos seus descendentes. Esta sexta-feira, 494 anos após a publicação da história, o presidente Sheinbaum chamou o dia de “um dia especial para o povo do México”.

Esta não é a primeira conversa entre Sheinbaum e o pontífice. Em meados de fevereiro do ano passado, quando ainda era candidata presidencial de Morena, ela se encontrou com o Papa Francisco (2013-2025) no Vaticano. A reunião durou cerca de uma hora num gabinete privado em Santa Marta, e a então candidata presidencial explicou que tinha “profunda admiração” pelo “pensamento humanista” de Francisco. E ele o chamou de um dos “maiores líderes e pensadores mundiais dos últimos tempos”.

Apesar da relativa cautela que o pontífice peruano-americano tem mantido desde que assumiu o cargo no início de maio deste ano, ele tem usado o poder do diálogo para enfrentar o conflito. Um exemplo recente foi o de 2 de Dezembro do ano passado, quando condenou qualquer operação violenta dos EUA na Venezuela, como uma invasão de terra. “É melhor procurar formas de diálogo, talvez de pressão, até de pressão económica, mas procurar outra forma de mudar se for isso que os Estados Unidos decidirem fazer”, disse Leão XIV na altura. Na sua primeira exortação apostólica, o Papa deu sinais de seguir o seu antecessor. Dilexi você (I Loved You), “On Loving the Poor”, uma reflexão de 28 páginas sobre como os fracos e marginalizados devem ser o centro da missão da Igreja.



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