novembro 15, 2025
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A Coordenadoria Nacional de Educação (CNTE) não conseguiu o diálogo com a presidente Claudia Sheinbaum que esperava nesta quinta-feira. A marcha massiva, que começou às 4h, foi recebida com a presença da polícia e barreiras metálicas de segurança fora do Palácio Nacional. Após diversas tentativas de superação do bloqueio e represálias com gás dos agentes, os professores seguiram rumo ao Congresso dos Deputados. Lá, planeiam realizar uma manifestação de 48 horas para protestar contra acordos não cumpridos com o governo federal relativamente às suas exigências nos sectores da educação e do trabalho, principalmente a abolição do actual plano de pensões e a reforma.

Sheinbaum garantiu de dentro do Palácio Nacional, enquanto os professores protestavam do lado de fora, que existia uma mesa de diálogo aberta em vários estados para atender às solicitações. “Eles querem usar a violência para chegar ao Palácio Nacional se muitas das suas reivindicações forem atendidas”, esclareceu e anunciou que o trabalho sobre uma alternativa à revogação da reforma do ISSSTE estava em curso porque não havia recursos para este pedido. “Foi criado um fundo de pensões de bem-estar, outras opções estão a ser exploradas. No caso da reforma educativa, já propusemos que não haja imposições”, afirmou sobre as conversas que estão a ser mantidas com os professores sobre a forma como avaliam a sua carreira docente.

Este novo protesto, que durará até 14 de novembro, será marcado no Congresso da União a partir das 9h. O Supremo Tribunal do país disse que as mobilizações que afectaram as operações nas proximidades do seu edifício forçaram a transferência das sessões plenárias para uma sede alternativa na Avenida Revolucion, 1508.

No entanto, a marcha da CNTE já tinha avisado, quando convocou uma greve por tempo indeterminado em Maio passado, que não aceitaria quaisquer propostas que não fossem a revogação da lei ISSSTE. Os pedidos priorizam o retorno às pensões solidárias da lei anterior em vez da gestão privatizada através de contas individuais ou Afores, que elimina a pensão vitalícia. Além disso, pedem a devolução das pensões com base no tempo de serviço, e não por anos, e o aumento dos salários em 100%. A equipa de negociação do governo respondeu então, como agora, que o orçamento não era suficiente. A última greve, que durou 24 dias e causou estragos na capital, só foi suspensa graças a diversas concessões da administração, como o congelamento e redução da idade de reforma ou o aumento dos salários em 10%.

Agora o sindicato acusa o líder de Sheinbaum de não cumprir as suas obrigações. “O governo federal violou os acordos firmados com a CNTE”, enfatizaram os professores no comunicado. Acusam também que as mesas de diálogo nos Estados não conseguiram resolver as reivindicações, que há falta de vontade política para resolver os problemas na educação e que o sindicato está a ser reprimido através de ameaças e assédio por parte da gestão.