dezembro 19, 2025
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Uma das análises mais comuns nas últimas semanas sobre o colapso dos resultados e performances do Real Madrid é que o Xabi Alonso do outono não é o mesmo que o Xabi Alonso do verão: menos corajoso, menos intrometido nos jogos, mais gentil com as estrelas. No discurso desta terça-feira, o treinador não foi tão longe, não fez tantas autocorreções, mas admitiu que mudou nos últimos meses.

“O Xabi que veio em junho para o Mundialito e o de agora não são os mesmos. Essencialmente sim, mas não é o mesmo nas coisas que aprendi, que tive que me adaptar na hora de conhecer e me adaptar”, explicou num jorro de reconhecimento que contrastou com a sua habitual reticência perante a imprensa, que nos dias de hoje se tornou algo irritante devido à enxurrada de perguntas sobre a sua possível demissão.

Basque, que falou sobre como “os relacionamentos evoluem” e como todos se conhecem melhor ao longo do tempo, explicou que mudou “como treinador, gestor e controlar“Você aprenderá tudo o que está indo bem, o que não está indo bem, o que pode ser ajustado, o que gostaríamos de fazer melhor”, acrescentou Alonso antes de visitar Talavera nas oitavas de final da Copa del Rey (21:00, La1).

“E acredito que o mesmo acontecerá com os jogadores quando virem o tipo de treino, o treinador, as decisões, a forma como queremos jogar”, continuou. “Não somos apenas fotografias, estamos a revelar. Estamos aí há quatro ou cinco meses. Ainda temos um caminho a percorrer. Se formos a melhor equipa em Março, isso será bom. E se formos a melhor equipa no final da temporada, melhor ainda”, concluiu Xabi, que, nas suas piores noites, nunca deixou de apelar às reviravoltas imprevistas do futebol e à unidade interna.

Seu reconhecimento vem à medida que ele continua recebendo abraços e sinais de apoio dos jogadores. Desde o rebelde Vinicius no Vitória, desde Rodrigo e Bellingham na partida contra o City, até Chuameni no cruzamento com Pep Guardiola e outros.

De Xabi em Setembro e Outubro para Xabi em Novembro e Dezembro, a mudança mais evidente é a de Vinicius. Nos 12 jogos anteriores ao clássico, em que sofreu uma grande derrota do brasileiro após ser substituído, o lateral apareceu como reserva em três jogos e entrou cinco vezes antes dos 80 minutos. Porém, dos 10 jogos que se seguiram a esta mudança de agulhas na campanha, os sete só saíram do banco uma vez (Elche) e saíram de campo antes dos 80 minutos em dois (Valência e San Mamés), em ambos os casos com um resultado superior ao da finalização.

Após o empate com Martinez Valero, que marcou o terceiro jogo consecutivo sem vencer, a direção do clube pediu a Xabi que construísse pontes com os jogadores. Naquela época já era pública a insatisfação de vários jogadores importantes com ele, principalmente Vinicius e Valverde. Bellingham também estremeceu em determinado momento. No jogo seguinte, frente ao Olympiacos, em Atenas, Alonso disse que a viagem trouxe “horas muito positivas e produtivas” ao grupo.

Paralelamente a esse processo de aproximação com os pesos pesados, Xabi tomou algumas boas decisões com o grupo, como conceder dois dias de folga após a vitória em San Mamés (houve apenas um treino antes da derrota para o Celta). Esta segunda-feira em Valdebebas também não houve sessão, e esta terça-feira foi o único dia de trabalho conjunto na cidade desportiva antes do jogo da Taça de Talavera, onde os brancos terão até 10 ausências: Carvajal, Trent, Militão, Mendy, Camavinga, Mbappé, Valverde, Rüdiger (forçados nos últimos jogos), Ceballos (gastroenterite) e Brahim (Taça de África).

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