Donald Trump ordenou um bloqueio “total e completo” de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, aumentando a pressão sobre o líder autoritário do país, Nicolás Maduro.
A medida surge no meio de uma campanha crescente da administração Trump contra Maduro, que incluiu um aumento da presença militar na região e mais de duas dezenas de ataques militares a navios no Oceano Pacífico e no Mar das Caraíbas, perto da Venezuela, que mataram dezenas de pessoas.
Na semana passada, as forças dos EUA apreenderam um petroleiro na costa da Venezuela que viajava pelas Caraíbas. Acredita-se que o navio-tanque esteja carregado com cerca de 2 milhões de barris de petróleo bruto pesado da Venezuela, segundo o New York Times. O governo venezuelano acusou os Estados Unidos de “roubo descarado” e descreveu a apreensão como “um ato de pirataria internacional”, aumentando ainda mais as tensões entre os dois países.
Numa publicação nas redes sociais na noite de terça-feira anunciando o bloqueio, Trump alegou que a Venezuela estava a usar petróleo para financiar o tráfico de drogas e outros crimes e prometeu intensificar o reforço militar.
“A Venezuela está completamente cercada pela maior Marinha já reunida na História da América do Sul”, disse Trump em sua plataforma de mídia social Truth Social. “Isso só vai aumentar, e o choque para eles será diferente de tudo que já viram antes… hoje, ordeno UM BLOQUEIO TOTAL E COMPLETO DE TODOS OS PETROLEIROS SANCIONADOS que entram e saem da Venezuela.”
Trump intensificou as ações contra o país nos últimos meses. Na terça-feira, o Pentágono disse ter realizado ataques a três navios acusados de tráfico de drogas no Pacífico, matando oito pessoas. Desde 2 de setembro, mais de 20 ataques mataram pelo menos 95 pessoas, a maioria na costa da Venezuela.
Vários legisladores apelaram à administração para divulgar imagens de vídeo mostrando um ataque de 2 de setembro, mas o secretário da Defesa, Pete Hegseth, recusou-se a fazê-lo, chamando o vídeo de “ultramsecreto” e dizendo que torná-lo público viola uma “política de longa data do Departamento de Guerra”.
A administração Trump defendeu os seus esforços como um sucesso, dizendo que impediu que as drogas chegassem às costas americanas e rejeitou preocupações de que esteja a ultrapassar os limites da guerra legal.
O governo também disse que a campanha visa impedir que as drogas cheguem aos Estados Unidos, mas a chefe de gabinete de Trump, Susie Wiles, pareceu confirmar numa entrevista à Vanity Fair publicada terça-feira que a campanha faz parte de um esforço para derrubar Maduro.
Wiles disse que Trump “quer continuar explodindo navios até que Maduro grite tio”.