novembro 21, 2025
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Arquivo – O primeiro-ministro palestino, Mohamed Mustafa, em entrevista coletiva em Bruxelas. — ALEXANDROS MICHAILIDIS // CONSELHO EUROPEU

BRUXELAS, 20 (EUROPA PRESS)

Esta quinta-feira, em Bruxelas, a Autoridade Palestiniana defendeu o processo de reforma educativa, salientando que não se trata de uma simples promessa e sublinhando que está a aprofundar uma solução de dois Estados para acabar com o conflito no Médio Oriente.

Em declarações a partir da capital da comunidade, onde participou numa reunião do grupo de doadores palestinos, o primeiro-ministro palestiniano, Mohamed Mustafa, defendeu a agenda de reforma nacional da entidade palestiniana. “Está a ser implementado, não prometido, e os nossos parceiros reconhecem que está a avançar, apesar do ambiente difícil”, disse ele.

Mustafa esclareceu que 23 das mais de 50 reformas já foram concluídas. “Fizemos progressos significativos na implementação da nossa agenda de reformas. Continuamos a trabalhar nisso e esperamos poder concluir este programa conforme planeado, talvez até antes do previsto”, disse ele.

O líder palestino insiste que as reformas e o fortalecimento da Autoridade Palestina contribuirão para uma solução de dois Estados, uma solução que ele enfatizou como “o único fim viável para o conflito”.

“Deixámos claro que a Faixa de Gaza e a Cisjordânia constituem uma unidade política e geográfica, partes inseparáveis ​​do Estado da Palestina. A reunificação de ambas sob um governo legítimo, uma lei e uma administração não é um slogan, mas o único caminho real para a estabilidade e uma governação responsável”, disse ele.

FAZER ISRAEL PAGAR PELA RECONSTRUÇÃO

Relativamente ao papel de Israel na reconstrução da Faixa de Gaza, o primeiro-ministro palestiniano indicou que Israel deve assumir a “responsabilidade” pelo que aconteceu na Faixa de Gaza e “dar uma contribuição significativa, se não total,” para os esforços de reparação.

Do lado de Bruxelas, a Comissária para o Mediterrâneo, Dubravka Suica, evitou a questão, mas reiterou o apoio à Autoridade Palestiniana, que ela disse ser a mediadora da UE na região.

O Comissário confirmou compromissos financeiros de 82 milhões de dólares da Alemanha, Luxemburgo, Eslovénia e Espanha para contribuir para o plano PEGASE, através do qual a UE ajuda a Autoridade Palestiniana nas suas despesas públicas contínuas. Em qualquer caso, a reunião em Bruxelas não pretendia ser uma típica conferência de doadores, mas sim dar à Autoridade Palestiniana um lugar na comunidade internacional e fortalecê-la como parceiro prioritário do bloco.

Em qualquer caso, o executivo europeu indicou que o seu apoio está ligado aos esforços para reformar a educação palestina. Exigiu, portanto, que a assistência monetária se baseasse em “critérios de necessidade e vulnerabilidade”. “Não se destina aos presidiários ou às suas famílias”, disse Suika.

Foi assim que respondeu às constantes críticas de Israel de que a ajuda europeia é dirigida às famílias dos membros do Hamas. “Podemos confirmar que nem um único euro de dinheiro europeu foi gasto nestes pagamentos contestados”, sublinhou.

Da mesma forma, o comissário croata defendeu que se colocasse mais pressão sobre Israel para libertar fundos fiscais palestinianos, estimados em 3 mil milhões de dólares, para aliviar o estrangulamento financeiro da Autoridade Palestiniana.