novembro 22, 2025
IOT2JAHSRVGQ7PAKUNFLMNXPUI.jpg

As autoridades mexicanas detiveram sete guarda-costas que acompanhavam o prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, na noite de seu assassinato, em 1º de novembro, segundo a promotoria de Michoacán. O órgão investigava seguranças que acompanhavam o presidente municipal na comemoração do Dia dos Mortos que atiraram e mataram Victor Manuel Ubaldo, adolescente que puxou o gatilho já contido. O ministro da Segurança, Omar García Harfuch, já anunciou que os policiais municipais que trabalharam como guarda-costas de Manzo naquela noite estavam sob investigação.

Alfredo Ramirez Bedolla, governador do estado de Michoacan, também confirmou uma investigação sobre os guarda-costas do prefeito que abriram fogo contra o atirador quando ele não representava mais uma ameaça. “Eles prendem o assassino e momentos depois começa uma briga e o assassino é morto com um único tiro”, disse ele à mídia em entrevista coletiva. “As linhas de investigação estão abertas em todos os sentidos”, acrescentou.

O Ministério Público ainda não esclareceu quem são os detidos e por que, se apenas um deles abriu fogo contra o atirador, mais seis do grupo foram detidos. Contudo, em seu depoimento, indicaram que foi expedido um mandado de prisão contra sete funcionários públicos do município de Uruapan por “sua provável participação em um crime equivalente a homicídio qualificado, em prejuízo do presidente municipal, Carlos Alberto Manzo Rodríguez”. A mídia local informou que os guarda-costas de Manzo deixaram a Casa da Cultura, no centro de Uruapan, com as mãos algemadas no meio de uma operação realizada pela Guarda Nacional, pelo Exército e pela Procuradoria-Geral do Estado de Michoacán.

Um dos guarda-costas que testemunhou após o assassinato admitiu ter atirado em Victor Ubalde. O adolescente, vestindo um moletom branco, conseguiu abrir caminho no meio da multidão que assistia ao funeral de de la Vela na praça central de Uruapan. Ele atirou diversas vezes no prefeito com uma pistola nove milímetros. Naquela noite, Manzo contava com um grupo de policiais municipais que formavam seu primeiro círculo de segurança. Um deles atirou no adolescente quando ele já estava imobilizado e neutralizado. “Eles não estão detidos, mas estão e irão testemunhar sempre que forem chamados”, disse Kharfuch numa conferência de imprensa em 11 de Novembro.

O assassinato de Ubalde, no meio da confusão em torno do ataque, atrasou significativamente a investigação, uma vez que a identidade do atirador só pôde ser estabelecida durante vários dias. As autoridades não sabiam a sua idade ou nome e não conseguiram ligá-lo aos outros autores do crime. Os promotores tiveram que divulgar fotos de suas tatuagens para estabelecer sua identidade. Foi finalmente apurado que o jovem tinha 17 anos e era natural do município vizinho de Paracho. Seus familiares reconheceram o corpo e disseram que Ubalde não havia voltado para casa uma semana antes do assassinato. Ao saber o nome do atirador, os investigadores conseguiram localizar os dois companheiros que o acompanhavam naquela noite, Fernando Josué “N” e Ramiro “N”, que, apesar de terem escapado, foram encontrados mortos na estrada poucos dias depois. Harfuch observou que o assassinato dos dois funcionários indica que o grupo criminoso ao qual pertencem os silenciou para evitar que os investigadores continuassem a avançar e, em última análise, os ligassem aos autores intelectuais.