As autoridades mexicanas detiveram sete guarda-costas que acompanhavam o prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, na noite de seu assassinato, em 1º de novembro, segundo a promotoria de Michoacán. O órgão investigava seguranças que acompanhavam o presidente municipal na comemoração do Dia dos Mortos que atiraram e mataram Victor Manuel Ubaldo, adolescente que puxou o gatilho já contido. O ministro da Segurança, Omar García Harfuch, já anunciou que os policiais municipais que trabalharam como guarda-costas de Manzo naquela noite estavam sob investigação.
O Ministério Público ainda não esclareceu quem são os detidos. Contudo, em seu depoimento indicaram que o mandado de prisão foi cumprido contra sete funcionários públicos do município de Uruapan. Os mandados de prisão dos sete foram emitidos por “homicídio qualificado por omissão de fiador”, segundo fontes próximas à investigação consultadas pelo EL PAÍS. A escolta será transferida para Lic. Centro Penitenciário David Franco Rodriguez em Morelia.
Alfredo Ramirez Bedolla, governador do estado de Michoacan, também confirmou uma investigação sobre os guarda-costas do prefeito que abriram fogo contra o atirador quando ele não representava mais uma ameaça. “Eles prendem o assassino e momentos depois começa uma briga e o assassino é morto com um único tiro”, disse ele à mídia em entrevista coletiva. “As linhas de investigação estão abertas em todos os sentidos”, acrescentou.
Um dos guarda-costas que testemunhou após o assassinato admitiu ter atirado em Victor Ubaldo. O adolescente, vestido com um moletom branco, conseguiu abrir caminho no meio da multidão que comparecia à Festa das Velas, na praça central de Uruapan. Ele atirou diversas vezes no prefeito com uma pistola nove milímetros. Naquela noite, Manzo foi vigiado por um grupo de policiais municipais que constituíam seu primeiro círculo de segurança. Um deles atirou no adolescente quando ele já estava imobilizado e neutralizado. “Eles não estão detidos, mas estão e irão testemunhar sempre que forem chamados”, disse Kharfuch numa conferência de imprensa em 11 de Novembro.
O assassinato de Ubaldo, em meio à confusão em torno do ataque, atrasou significativamente a investigação, pois a identidade do atirador só pôde ser estabelecida durante vários dias. As autoridades não sabiam a sua idade ou nome e não conseguiram ligá-lo aos outros autores do crime. Os promotores tiveram que divulgar fotos de suas tatuagens para estabelecer sua identidade. Foi finalmente apurado que o jovem tinha 17 anos e era natural do município vizinho de Paracho. Seus familiares reconheceram o corpo e disseram que Ubaldo não havia voltado para casa uma semana antes do assassinato. Ao saber o nome do atirador, os investigadores conseguiram encontrar dois companheiros que o acompanhavam naquela noite: Fernando Josué “N” e Ramiro “N”. Embora ambos tenham conseguido escapar e tenham recebido ordem de se esconder, foram encontrados mortos na estrada vários dias depois. Harfuch observou que o assassinato dos dois funcionários indica que o grupo criminoso ao qual pertencem os silenciou para evitar que os investigadores continuassem a avançar e, em última análise, os ligassem aos autores intelectuais.