Os astrônomos descobriram que a icônica constelação das Plêiades tem milhares de estrelas “irmãs” escondidas no céu, o que a torna 20 vezes maior do que o estimado atualmente.
Rastrear as origens das estrelas dá aos astrónomos uma estrutura melhor para mapear a nossa vizinhança cósmica. Mas as estrelas nascem frequentemente em grupos que tendem a separar-se ao longo do tempo, tornando difícil traçar a sua origem colectiva.
Agora, usando dados precisos de posição e movimento dos satélites Gaia, da Agência Espacial Europeia, e Tess, da NASA, os investigadores redefiniram a constelação das Plêiades, também chamada de sete irmãs, como o coração denso de uma vasta associação estelar, em vez de um pequeno aglomerado de sete estrelas.
“Descobrimos que as Plêiades constituem o núcleo unido de uma estrutura contemporânea muito maior, contendo múltiplos aglomerados conhecidos”, observaram os astrônomos em um estudo publicado na revista. A Revista Astrofísica.
“Nos referimos a esta estrutura como Complexo Maior das Plêiades”, disseram eles, acrescentando que a maioria das estrelas nesta associação originou-se da mesma nuvem gigante de detritos cósmicos.
Eles também identificaram “pontes estelares” feitas de fluxos de gás que conectam as Plêiades a outros aglomerados estelares jovens.
No geral, os investigadores estimaram que o Complexo das Grandes Plêiades abrangia “pelo menos 600 parsecs”, dos quais um parsec equivalia a cerca de 31 biliões de quilómetros.
A constelação das Plêiades tem importância não só na astronomia, mas também na história e na cultura. Aparece no Antigo Testamento e no Talmud, é celebrado como Matariki na Nova Zelândia e é até representado pelo logotipo da Subaru no Japão.
“Este estudo muda a forma como vemos as Plêiades: não apenas sete estrelas brilhantes, mas milhares de irmãs há muito perdidas espalhadas pelo céu”, disse Andrew Boyle, astrônomo da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill.
O novo estudo também rastreou a rotação das estrelas, criando uma nova estrutura para mapear a nossa vizinhança cósmica.
“Ao medir a rotação das estrelas, podemos identificar aglomerados estelares demasiado dispersos para serem detectados pelos métodos tradicionais, abrindo uma nova janela para a arquitectura oculta da nossa galáxia,” explicou o Dr. Boyle.
Os investigadores suspeitam que muitos aglomerados estelares aparentemente independentes podem fazer parte de famílias estelares em expansão.
Eles esperam que estudos futuros utilizando o novo método ajudem a traçar a origem do nosso Sol, descobrindo se ele também nasceu numa família estelar muito maior.
“Estamos percebendo que muitas estrelas próximas do Sol fazem parte de famílias estelares grandes e massivas com estruturas complexas”, disse Andrew Mann, outro autor do estudo.
“Nosso trabalho oferece uma nova maneira de descobrir essas relações ocultas.”