novembro 14, 2025
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A inflação está acelerando na Colômbia. De acordo com um boletim técnico publicado esta segunda-feira pelo Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE), o Índice de Preços no Consumidor (IPC), que mede a subida dos preços de bens e serviços, situou-se em 5,51% em termos homólogos. Os dados implicam uma recuperação de 33 pontos base em relação aos dados de Setembro (5,18%) e o valor mais elevado desde Setembro de 2024. Assim, a luta para manter a inflação na faixa dos 3% resultou agora na derrota do Banco da República durante 51 meses consecutivos.

O desvio mensal foi de 0,18%, inferior aos 0,32% registados em Setembro, mas suficiente para consolidar o quarto mês consecutivo de subida da inflação anual. O aumento foi impulsionado pelos segmentos de lazer e cultura (0,81%), saúde (0,65%) e alojamento, água, luz, gás e outros combustíveis (0,41%). Entre as subclasses com maior contribuição estão pacotes completos de viagem (3,36%), abastecimento de água (1,56%) e carnes e derivados (1,04%). Pelo contrário, os produtos frescos abrandaram o crescimento: o preço do tomate caiu 19,6%, a cebola 4,9% e a batata -2,55%.

Desagregada, a dinâmica anual mostra que os preços mais pressionados são educação (7,36%), restaurantes e hotelaria (6,18%), saúde (5,97%), alimentos e bebidas não alcoólicas (5,94%) e bebidas alcoólicas e fumo (5,54%), todos acima da média nacional. As demais divisões ficaram abaixo da média: transportes (4,62%), habitação, água, luz, gás e outros combustíveis (4,39%) e bens e serviços diversos (4,20%).

O consenso era claro: Outubro seria o valor anual mais elevado do ano, acompanhado por uma clara subida dos preços. A Corficolombiana esperava 5,5%, o BBVA Research previa 5,4% e a Fedesarrollo tinha como meta 5,47%. O Citi Research apresentou uma faixa que oscilou entre 5,38% (Anif) e 5,56% (Grupo Bolívar). Os dados de hoje estavam na faixa superior das previsões.

Agora, muito provavelmente, o Banco da República permanecerá cauteloso na sua política monetária. Já na última reunião manteve a taxa de juro em 9,25% (inalterada desde Abril), e novos dados aumentam as expectativas de que não haverá mais cortes até ao final do ano. A ata do Banco Central reflete preocupações com a persistência da inflação nos componentes indexados ao salário mínimo e aos preços monitorados.

Embora alguns membros do Conselho tenham proposto cortes até 50 pontos base, continua a haver cautela face aos riscos fiscais e cambiais. Na mesma linha, o grupo Cibest (antigo Bancolombia) alertou que outubro ocorrerá num “ambiente de risco ascendente”, com pressão sobre commodities como cerveja, produtos farmacêuticos e produtos de higiene, e o efeito de indexação “elevado em comparação com o que se deseja para alcançar uma normalização mais rápida”. A margem de manobra das autoridades monetárias continua reduzida. O Banco do Ocidente prevê que as taxas permanecerão inalteradas até ao final do ano.