dezembro 12, 2025
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“A Internacional Socialista é opaca para Pedro Sanches“. Assim o define o Ministro das Relações Exteriores do Partido Revolucionário Institucional (PRI): Sofia Carvajala liderança do líder socialista espanhol à frente da SI.

Em conversa com o EL ESPAÑOL, Sofia Carvajal garante que o funcionamento interno da organização “deteriorou-se” desde que Sánchez se tornou presidente.

Ele denuncia que sob sua liderança se perdeu transparência nas decisões e no financiamento e que a organização deu espaço a partidos ligados ao tráfico de drogas.

“Não há transparência nem responsabilização na gestão das cotas partidárias. Cada vez que pedimos, eles recusam ou delegam autoridade em você. Nunca te dão uma resposta e sempre encontramos um muro e uma cara feia. Ficou claro que nós os deixamos incomodados”, explica.

Apesar do apoio inicial que o Partido Mexicano deu ao Secretário-Geral do PSOE quando este assumiu o cargo em 2022, a ruptura dos laços entre o PRI e o SI reflectiu-se numa carta enviada ao próprio Comité de Ética. Na carta, ele acusa a organização de ser “a executora das ordens de Sánchez”.

A actual opacidade na gestão dos recursos económicos contrasta, como explica Carvajal, com a clareza do anterior presidente da organização: Giorgos Papandreou.

Ele afirma que o líder grego foi responsável em todas as reuniões. Por esta razão, “à medida que a presidência do Sr. Sánchez avançava, também crescia a frustração”, diz ele.

Sofia Carvajal garante que o PRI está pronto para exigir uma auditoria interna do financiamento da organização para “possível lavagem de dinheiro” e “possíveis ligações com recursos ilícitos”. E ele não descarta ir à Justiça.

As suspeitas sobre o funcionamento questionável da Internacional Socialista não são novas. Empresário Victor de Aldama Ele alegou ter ouvido José Luís AbalosKoldo Garcia que salvação Mais ultraalguns 10 milhões de eurosserá destinado a financiar a Internacional Socialista.

Morena e o tráfico de drogas

Um dos pontos de discórdia entre o PRI e Pedro Sánchez é a tentativa de unir o Morena (antigo Movimento de Regeneração Nacional), partido Andrés Manuel López Obrador que também estrela o atual presidente do México, Cláudia Sheinbaum.

Segundo Carvajal, integrar esta formação no SI significa participar no tráfico de drogas.

“É um partido autoritário, corrompido pelos narcotraficantes e ligado ao eixo venezuelano-bolivariano. Como você vai rodar um jogo como esse? Chegamos à conclusão de que a intenção era integrar o Morena à Internacional Socialista porque eles foram convidados e associados a ela, e eu protestei contra isso, mas eles me disseram que tinham o direito de convidar quem quisessem”, afirma.

A incorporação de Morena à organização socialista foi uma operação em que, como explica, “o vice-presidente foi Hana Jallul Murobem como o Secretário de Política Internacional do PSOE e o recentemente preso Santos Cerdan.”

O líder do PRI também lembra da relação de Morena com o regime. Nicolás Maduro.

NOu é uma questão menor o facto de o Gabinete de Controlo de Activos Estrangeiros (OFAC) dos EUA ter acusado Maduro e vários altos funcionários do seu governo de fornecerem apoio material ao Cartel do Sol. Isto, juntamente com os casos de corrupção em Espanha, fecha o círculo de Sanchez”, observa.

Carvajal também condena a referência a aliança assinada entre PSOE e Morena após as eleições de 2024, apesar de, segundo o PRI, o líder morenista Mário Delgado No México, ele é acusado de fazer parte de uma rede de contrabando de combustíveis destinada a financiar campanhas eleitorais.

No que diz respeito à política mexicana, o PRI não se reconhece incluído no mesmo espaço político internacional que o partido acusado de laços criminosos: “Não gostamos de estar num lugar onde já não nos identificamos”.

A líder do PRI garante ainda que existem outras formações que partilham a sua opinião, mas têm “medo de confrontar o chefe de Estado autoritário (sic)”, referindo-se a Pedro Sánchez.

Pontos mais polêmicos

Carvajal nega ter excluído o PRI da SI e acusa o PSOE de “distorcer” a situação.

A Internacional Socialista sancionou o partido, banindo-o da organização por seis meses, depois de Carvajal ter dito que criticava decisões internas.

Em particular, refere-se à reeleição do ex-chanceler da República Dominicana. Miguel Vargas Maldonado como presidente da formação na América, num processo onde “não havia possibilidade de eleição”.

“Existe uma espécie de aliança entre Vargas e Pedro Sánchez. Sua eleição foi forçada num cenário de ameaças e chantagens”, explica.

Outro desentendimento entre PRI e Sanchez foi a demissão Benedicta LaciSecretário Geral da SI.

Sofia Carvajal afirma que a saída do líder do Gana foi uma operação autoritária que o próprio Sánchez promoveu porque “ele não obedeceu aos seus interesses”.

“Ela recusou-se a obedecer servilmente às ordens de Sánchez. Foi despedida sem possibilidade de protecção. Apareceu na sede do PSOE e foi expulsa gritando: 'Os africanos chegaram, chamem a polícia.' Era uma expressão que incitava ao racismo. Como isso é possível em uma organização progressista?” ela diz.

Após a demissão de Laci, a SI criou um novo cargo – Coordenação Geral – para acomodar Chantal Kambiwa. O PRI afirma que a nomeação viola leis e é um exemplo de “autoritarismo” interno. “Foi imposta a sua nomeação, cujo partido nem sequer é membro da Internacional Socialista. Foi criada uma posição pessoal”, conclui.

Referência