O secretário de Estado da Ciência, Inovação e Universidades, Juan Cruz Sigudosa, número dois da ministra Diane Morant, ignorou completamente um suposto plano de corrupção que operou no Centro Nacional de Pesquisa do Câncer (CNIO). Isto é evidenciado por … falta de resposta a diversas cartas que recebeu ao longo de vários meses – com aviso de recepção – e às quais a ABC tem agora acesso, nas quais os quadros superiores do Trust o informavam de muitas irregularidades ocorridas por parte da gestão na aquisição de materiais e na adjudicação de contratos de serviços. O roubo, que durou vários anos, poderá atingir os 23 milhões de euros.
Foi depois da publicação exclusiva deste jornal em dezembro passado, que apontou a então diretora do CNIO, Maria Blasco, que foi enviada a primeira carta ao segundo número do Ministério da Ciência, Inovação e Universidades, que entrou no registo em 3 de março de 2025. como truques, corrupção e desperdício fluxos públicos, considera-se adequada e necessária a implementação de diversas medidas de prevenção e controlo, bem como medidas corretivas.
Cruz nunca respondeu a esta carta, embora há alguns meses tenha sido descoberto um centro de arte dentro da fundação fundada por Blasco, apesar de seu objetivo ser a pesquisa do câncer. A ex-administradora, destituída do cargo, também incorreu em inúmeras despesas injustificadas, pelas quais foi obrigada a devolver os inflacionados 90.000€ ao CNIO.
Nesta primeira carta, funcionários do governo pediram ao Ministro da Ciência tomar medidas urgentes como “realizar auditoria externa imediata”, bem como aplicar “medidas de racionalização, prevenção da corrupção e acompanhamento da contratação e do desenvolvimento tecnológico do fundo”.
Poucos meses depois, a 8 de Agosto, após o despedimento de dois trabalhadores que denunciavam práticas ilegais ocorridas no centro, o Secretário de Estado recebeu outra carta em que o alertavam para “actos de assédio e perseguição que constitui clara retaliação“
Nesta última mensagem, que o número dois de Diane Morant também ignorou, foi-lhe dito que havia “informação documental que prova sem dúvida todos estes factos materiais e graves violações descobertas que tiveram um impacto significativo nos orçamentos anuais do fundo”. Juan Cruz encaminhou o assunto à secretária-geral da Ciência, Eva Ortega-Paino. A gestão do CNIO, segundo fontes dos funcionários, causou profundo desconforto.