dezembro 3, 2025
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A Ministra do Turismo e Emprego do Governo das Canárias, Jéssica de León, recebeu ameaças e ataques à sua casa e veículo devido à Lei de Gestão Sustentável do Alojamento Turístico, também conhecida como Lei do Arrendamento por Férias, que foi aprovada pelo parlamento regional em 12 de novembro.

O anúncio foi feito quarta-feira pelo vice-presidente e ministro da Economia das Canárias, Manuel Domínguez, numa declaração à Rádio Sintonia Fuerteventura, transmitida à Europa Press, na qual acrescentou que se trata de um assunto que a própria ministra não quer que seja conhecido.

“Eu sei que vocês não gostam que eu diga isso, mas tenho que comunicar isso. É lógico que denunciamos isso sempre que necessário, e a polícia esteve atenta a toda a situação, porque este não foi um incidente isolado”, afirmou.

Dominguez destacou o fato de haver até ameaças de morte tanto contra o conselheiro quanto contra o presidente Fernando Clavijo. “E foi isso que conseguimos”, observou, “mas porquê? Porque em tais situações prevalecem o egoísmo, o personalismo e o princípio de “tudo o que me pertence”.

Também aqui o presidente do Partido Popular das Canárias e colega de partido de De Leon sublinhou também que deve condenar publicamente esta situação porque “é inaceitável”, uma vez que os políticos podem cometer erros, mas o único objectivo que o governo regional tinha era “ajudar” os cidadãos e poder “reorganizar” a principal fonte de rendimento do arquipélago – o turismo.

A lei foi aprovada quando a oposição a rejeitou.

Por seu lado, o Parlamento das Canárias aprovou em 12 de novembro uma lei que regulamenta o arrendamento para férias, tendo-a rejeitado pelos grupos da oposição – PSOE, NC-bc e Vox – que também vetaram o debate de 24 alterações de “votação” propostas pelos grupos quadripartidos.

A secretária do Turismo, Jéssica de León, admitiu então que a norma é “difícil de digerir, difícil de explicar e difícil de administrar” durante a sua tramitação e é valorizada pela atuação do CC, PP, ASG e AHI “por servir o interesse comum e não ficar refém neste Parlamento de táticas políticas”.

Nas Ilhas Canárias, 44,6% das casas de férias são propriedade privada, sendo 55,3% destas e 55,5% dos locais geridos por organizações ou proprietários estrangeiros, em vez de pequenos proprietários locais.

Assim, ao abrigo desta regra, novas casas de férias não poderão ser construídas durante cinco anos até que as câmaras municipais recebam um planeamento municipal que lhes confira expressamente esse poder e possam decidir como, onde, quando e quantas casas de férias são permitidas no seu concelho, por distrito ou núcleo, garantindo sempre que essas decisões não afetam a qualidade de vida dos residentes.

A legislação exigiria que 90% das casas fossem utilizadas para uso residencial, enquanto apenas 10% poderiam ser utilizadas para fins recreativos, e daria às câmaras municipais um período de seis meses para implementar um plano de inspeção adequado.

A partir de agora, as Habitações Oficialmente Protegidas (OHA) não poderão ser utilizadas para turismo, e outra novidade importante da nova lei regional é que proíbe pseudo-hotéis, edifícios em que todas as casas são casas de férias no Grand Fork.

Além disso, a norma também estipula que as casas novas não podem ser utilizadas para turismo antes de decorridos dez anos desde a sua construção.