O presidente da Generalitat, Salvador Illa, disse esta sexta-feira no seu tradicional discurso de Natal no dia de Santo Estevão que a “boa vontade” é o motor de um futuro melhor. “Façamos o nosso melhor para sermos um país e uma sociedade de boa vontade. Fiquemos próximos da verdade. Ao lado do humanismo. Ao lado da fraternidade e do espírito de cooperação”, exigiu Illa.
“A resposta às necessidades e aos desafios da Catalunha não é culpar as pessoas que têm menos dinheiro ou as que são diferentes”, acrescentou o socialista, em palavras que, sem citar um caso específico, recordou o recente drama social vivido em Badalona após o despejo de dezenas de migrantes de um edifício municipal. “Faremos da Catalunha um lugar melhor para todos, com boas políticas e políticas públicas responsáveis, oferecendo soluções ao serviço do povo”, sublinhou.
Numa altura em que é crescente o número de discursos que demonstram más intenções por oposição ao chamado “bomismo”, o chefe do Governo dedicou o seu discurso a colocar mais uma vez em destaque os valores tradicionais de “compaixão, solidariedade e responsabilidade”.
“O país, unido, com sentimentos predominantes de empatia, solidariedade e responsabilidade coletiva, tem demonstrado capacidade para resistir a emergências climáticas como os incêndios em La Noguera, La Segarra ou Urgell, bem como as inundações em Terres de l’Ebre ou os recentes surtos de doença nodular cutânea e peste suína”, lembrou, analisando alguns dos acontecimentos mais graves do ano.
O Natal, enfatizou o presidente, deve servir para restaurar as ligações com os valores humanos. “O que nos restará se não agirmos humanamente?” – ele se perguntou. “Humanidade significa acolher e integrar as pessoas que dela necessitam, significa proteger o nosso estado de bem-estar social para garantir a educação pública e a saúde para todos”, disse ele.
Illa também destacou a Europa, “o nosso espaço de pertença”, disse ele, que se encontra “num momento decisivo”. “O que está hoje em jogo na Europa vai além de uma mera questão política. Está em jogo o nosso modelo de vida, a coexistência democrática e a prosperidade partilhada”, sublinhou.
O Primeiro-Ministro quis também apelar à esperança, porque, nas suas palavras, “nada está escrito”. “A Catalunha mostrou que os problemas se resolvem com a acção colectiva e a confiança como elementos essenciais”, assegurou, razão pela qual previu que 2026 será um ano ainda melhor do que aquele que termina agora.