MADRID, 17 de novembro (EUROPE PRESS) –
As autoridades russas criticaram esta segunda-feira o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, pelas suas declarações “beligerantes”, depois de este ter dito, no sábado, numa entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, que Moscovo estaria a preparar-se para atacar o país no flanco oriental da NATO até 2029.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sublinhou que “a Rússia não defende o confronto com a NATO, mas somos forçados a tomar medidas para garantir a nossa segurança” e lamentou que “esta retórica beligerante seja cada vez mais ouvida na Europa”, segundo o jornal russo Kommersant.
“Tais declarações não melhoram em nada a situação”, enfatizou. Essa linha também foi repetida pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zazharova, que disse que as declarações de Pistorius “não deixam dúvidas sobre quem está agindo como agressor”, segundo a agência de notícias russa TASS.
Pistorius argumentou na entrevista que um ataque russo a um país da NATO até 2029 não é impensável, antes de afirmar que depois de reconstruir as suas Forças Armadas, a Rússia “estaria em posição” de lançar tal ataque a um país membro no seu flanco oriental.
“Sempre dissemos que isto poderia acontecer já em 2029. No entanto, agora há outros que dizem que poderia ser possível já em 2028, e alguns historiadores militares acreditam mesmo que o verão passado já foi o último verão pacífico”, disse. Além disso, enfatizou que a OTAN pode defender-se porque “tem capacidades de dissuasão significativas”. “Convencional, mas, claro, também nuclear”, concluiu.