A Venezuela classificou na segunda-feira a designação pelos Estados Unidos do suposto Cartel do Sol como uma organização terrorista que Washington liga ao ditador venezuelano Nicolás Maduro como uma “farsa ridícula”.
A designação ocorre no meio de um destacamento militar que começou em … Agosto pela Administração do Presidente Donald Trump no Caribe. No fim de semana, seis companhias aéreas cancelaram voos para a Venezuela depois que os EUA alertaram a aviação civil sobre o “aumento da atividade militar” no auge dessas manobras militares, informou a Afp.
Em 16 de novembro, os Estados Unidos anunciaram que classificavam o grupo suspeito como uma organização terrorista estrangeira. A medida entrou em vigor esta segunda-feira.
“A Venezuela rejeita categórica, firme e absolutamente a nova e ridícula farsa do secretário de Estado dos Estados Unidos da América, Marco Rubio, que chama o inexistente Cartel dos Sóis de organização terrorista”, afirmou o Itamaraty em comunicado.
Caracas afirma que se trata de “uma mentira vergonhosa e vil que justifica uma intervenção ilegal e ilegal contra a Venezuela”.
Rubio afirma que o Cartel dos Sóis é liderado por Maduro e outros altos funcionários “que corromperam os sistemas militar, de inteligência, legislativo e judicial da Venezuela”.
“O Cartel dos Sóis, juntamente com outras FTOs (organizações terroristas) designadas, incluindo o Trem de Aragua e o Cartel de Sinaloa, são responsáveis pela violência terrorista em todo o nosso hemisfério, bem como pelo tráfico de drogas para os Estados Unidos e a Europa”, disse o secretário de Estado ao anunciar a sua nomeação em meados de Novembro.
Os Estados Unidos incluem nesta lista grupos islâmicos, separatistas, guerrilheiros e, mais recentemente, gangues e organizações de traficantes do México e da Colômbia.
“Tome cuidado”
Os especialistas acreditam que a declaração abre uma série de oportunidades para Washington, tanto militares como com sanções, continuar a pressionar Maduro.
Os Estados Unidos defendem o uso de argumentos militares para impedir o tráfico de drogas neste país. Caracas diz que está realmente a tentar derrubar o presidente Maduro e confiscar as vastas reservas de petróleo do país.
Os militares dos EUA mataram pelo menos 83 pessoas que Washington acusa de transportar drogas em águas do Caribe e do Pacífico, de acordo com um balanço da AFP feito por figuras públicas.
O governo venezuelano chama os ataques a navios-bomba de “execuções extrajudiciais”. Os Estados Unidos não forneceram provas de que os agressores fossem na verdade traficantes de drogas.
A Administração Federal de Aviação (FAA) instou na sexta-feira as aeronaves que voam pelo espaço aéreo venezuelano a “ter cautela” devido à “deterioração da situação de segurança e ao aumento da atividade militar dentro e ao redor da Venezuela”.