novembro 16, 2025
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Carlos Alcaraz e Jannik Sinner na final. O inusitado vira rotina. Sétima luta pelo título consecutivo: Pequim 2024, Roma, Roland Garros, Wimbledon, Cincinnati, US Open e esta Masters Cup, em que ambos competiram como tal. Como se Em cada torneio eles eram os únicos atores e os demais eram apenas convidados. É exactamente assim que o ténis funciona hoje, à medida que o duopólio se torna cada vez mais avassalador. Como este Alcaraz na meia-final frente a Felix Auger-Aliassime, todos com boas intenções, mas suaves no seu desenvolvimento e determinação, sem capacidade de responder à tempestade que vinha de El Palmar.

  • Carlos Alcaraz
  • 6

    6

  • Félix Auger-Aliassime
  • 2

    4

    Alcaraz teve que sair sem pensar na final, da mesma forma que jogou na fase de grupos sem pensar muito no número 1, pois assim que isso começou a passar pela sua cabeça foi derrotado naquela luta com Fritz. Ele teve que sair com a clara compreensão de que Aliassime lutaria com ele em todos os pontos, do saque ao backhand. Porque o canadense está incomodado, ficou verde, esqueceu o desconforto físico da luta com Sinner, tem 52 vitórias neste piso rápido e fechado, sete de seus oito títulos – nessas condições.

    É assim que o canadiano o lembra, criando uma devolução paralela, tirando tempo ao Alcaraz e o primeiro ponto da partida. O murciano responde que está pronto para enfrentar a luta que for necessária, defendendo o forehand, o saque e mais um saque que deseja vencer desde o início. Ele não consegue pensar em outra coisa senão vencer Aliassime a torto e a direito com um passe vencedor de 134 km/h com um backhand paralelo, com outro vencedor de forehand com o salto incluído para encontrar os três primeiros golpes.

    Alcaraz não espera, não hesita, não desiste, pisa no acelerador para surpreender com velocidade diante da calma do canadense, que levanta três opções, que defende com um forehand fantástico, que faz uma pausa e suprime o saque para pegar o primeiro lance do jogo após sete minutos de esforço do adversário. Será assim. Ambos sabem disso.

    Eles avaliam e estudam táticas, tendo completado sete tarefas anteriores para avaliar os pontos fortes e fracos do reverso. Graças a ele tudo correrá rápido. Assim como aquele forehand acelera o rally e o jogo, o saque também vai bem. Como aquele chute de retorno com que acerta os pés, e aquela mão direita que deixa Aliassime sem resposta, como aquela mão esquerda com que o convence e assina o destaque do dia para fazer o que não conseguiu no primeiro jogo: um intervalo, no placar e na dinâmica. E foi apenas 3 a 1, mas tudo virou a seu favor. Velocidade, força, ataque, convicção, pressão.

    Gasta-se tanta adrenalina no voleio, mas ele é o número 1 e está aqui para encontrar soluções com a bola quebrada contra ele. Tudo, tudo, tudo acontece através dele, quando ele ataca com tudo com pressa, quando defende com tudo e com força, por pressão e desespero, erro de um adversário que coloca as mãos na cintura, porque esse ponto era dele, mas no final acaba não sendo dele. El Alcaraz evoluiu para um gato com reflexos muito rápidos, muito ativo nas pernas e nos braços, bem como nas ideias. Um que transforma o canadense na sombra de alguém que, pelos números, parecia que poderia se intimidar.

    Nenhum sinal de ameaça proveniente das suas estatísticas, pois ele se deixa arrastar para mais um conjunto de erros causados ​​por este rolo compressor de Múrcia. Já vi Sinner se segurar no primeiro set contra Alex de Minaur e desmoronar no segundo, como fez durante toda a semana. Alcaraz nem quer recuar, todos são vencedores se possível.

    Aliassime tem a melhor porcentagem de primeiro saque, mas pouco lhe adianta diante de um forehand murciano que sai limpo, poderoso e sem remorso, com apenas dois erros não forçados no primeiro set. Ou o backhand, que também joga com destemor e eficácia, sem erros neste set que dura 37 minutos e porque não conseguiu capitalizar as primeiras opções de intervalo no segundo game.

    No segundo capítulo, Aliassime surge. Ele também quer conversar, já que não teve permissão para entrar na primeira meia hora. Tenta impor seu estilo, sua rima mais lenta, seu andar lento, mas seus golpes são fatais. Ele pressiona os demais e protege melhor os ataques do espanhol, que começa a baixar um pouco o nível, já que era impossível permanecer neste estado por muito tempo. Há alguma pressa e alguns erros pelos quais o murciano assume a culpa e que permitem ao canadense respirar e manter a compostura, que até se destaca com o punho cerrado e grita quando conta até três. No jogo com o Alcaraz, até o empate parece uma vitória.

    Porque parece que Alcaraz está a abrandar, mas tem mil planos se o primeiro golpe vencedor não for dado. Quem pode e sabe jogar um pouco mais devagar e ganhar pontos. Ele não se importa como. Ele não quer pensar no final, mas esse é o objetivo. Aquele que sai com força assim que sai desse jogo um tanto nublado. De volta ao ataque, ele cruza a área com cruzamento de direita que também é cruzado por Aliassime para fazer 5 a 4. E ele não para, quer descansar, quer comemorar sua primeira final no ATP Finals, o verdadeiro jogo é no domingo.

    Primeiro neste ATP Finals, que tem sido ruim até agora. Quem não conseguiu disputar em 2022 permaneceu nas semifinais em 2023, eliminado na fase de grupos em 2024. Finalista em 2025.