dezembro 26, 2025
fotonoticia_20251226091157_1200.jpg


No dossiê está o ministro das Relações Exteriores alemão, Johann Wadeful.

– Michael Kappeler/dpa – Arquivo

BERLIM, 26 de dezembro (DPA/EP) –

As autoridades alemãs descartaram esta sexta-feira a possibilidade de se juntarem a uma força internacional para estabilizar a Faixa de Gaza “num futuro próximo” e deixaram os militares alemães “à margem”, pelo menos por enquanto.

Isto foi explicado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadeful, que afirmou que “muitas pessoas não conseguem imaginar soldados alemães desempenhando este tipo de função na região” do Médio Oriente.

“A Alemanha está pronta para desempenhar um papel construtivo nas estruturas incluídas na resolução do Conselho de Segurança da ONU, como a formação de um conselho de paz. No entanto, Berlim ainda não recebeu um convite oficial para participar nesse conselho”, explicou.

Apesar disso, Berlim apelou à implementação “o mais rapidamente possível” da segunda fase do plano de paz proposto pelos Estados Unidos para o enclave palestiniano. “Não devemos permitir que a actual divisão da Faixa de Gaza, uma parte controlada pelo exército israelita e outra cada vez mais controlada pelo Hamas, se torne permanente”, alertou.

Wadeful reconheceu que há dificuldades na implementação do plano de paz e pediu paciência. “Por mais que queiramos que isto acabe amanhã, temos que estar preparados para o facto de que ainda será um processo longo.” O Hamas continua activo “política e militarmente” e até “pode estar a recuperar”, disse ele.

“Atualmente, ainda estamos muito longe de poder iniciar o processo de reconstrução na Faixa de Gaza”, lamentou, ao mesmo tempo que sublinhou que a Alemanha poderia assumir “um papel de mediação que tenha em conta a segurança israelita e se baseie na relação entre as partes”.

No entanto, o ministro condenou o anúncio do governo israelita sobre a possibilidade de aprovar quase vinte novos colonatos na Cisjordânia, medida que rejeitou. “No longo prazo, a melhor solução seriam dois Estados. A expansão dos assentamentos ameaça tornar isso impossível”, concluiu.

Referência