– Europa Imprensa/Contato/Viktor Shimanovich
Merz pede a Washington que “faça de Berlim seu parceiro” se “não puder fazer nada com a Europa”
MANUTENÇÃO (ALEMANHA), 9 (DPA/EP)
O chanceler alemão, Friedrich Merz, criticou a nova estratégia de segurança nacional divulgada na terça-feira pelos Estados Unidos e disse que embora “algumas coisas sejam compreensíveis”, outras são “inaceitáveis” para os países europeus, em linha com as críticas expressas principalmente pelo continente.
“Algumas coisas são compreensíveis, outras são compreensíveis, mas outras são inaceitáveis para nós do ponto de vista europeu”, disse ele após uma reunião com o primeiro-ministro regional da Renânia-Palatinado, Alexander Schweitzer.
“Não vejo qualquer necessidade de os americanos quererem salvar a democracia na Europa agora. Se fosse necessário salvá-la, nós mesmos faríamos isso”, disse ele, antes de dizer que o documento corresponde aproximadamente às declarações feitas em fevereiro pelo vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, na Conferência de Segurança de Munique.
No que diz respeito à cooperação em segurança, Merz sublinhou que confirmou a sua opinião de que “na Europa, e portanto também na Alemanha, há uma necessidade de ser muito mais independente dos Estados Unidos em termos de política de segurança”.
Merz também deixou claro que compreende a visão “América Primeiro” da administração Donald Trump, mas não faz sentido transformá-la em “América Apenas”, informou a agência de notícias alemã DPA.
“Também são necessários parceiros no mundo, e um deles pode ser a Europa. Se não puder fazer nada com a Europa, pelo menos faça da Alemanha o seu parceiro”, frisou, lembrando que ambos os lados têm um objetivo comum, que chamou de “preservar a liberdade, a segurança e a paz” no continente.
“Espero que os americanos nos sigam neste caminho, que o considerem correto e necessário também no seu interesse. Caso contrário, devemos estar preparados, pelo menos moralmente, e um dia na verdade”, concluiu o chanceler alemão.
O documento, divulgado sexta-feira pela Casa Branca, apela à resolução do fosso entre a Europa e a Rússia, que Washington diz ser o melhor exemplo da “falta de auto-estima” e da ameaça de “apagamento” que afecta actualmente a “civilização europeia”, e depois enfatiza que, como resultado da guerra da Rússia na Ucrânia, as relações da Europa com a Rússia suavizaram significativamente, com muitos europeus a verem a Rússia como uma ameaça existencial.
O resultado desta abordagem é o “risco de conflito” entre a Rússia e os países europeus, que os EUA querem mitigar através de uma “rápida cessação das hostilidades na Ucrânia” para evitar a “escalada da guerra”. Mas ele também defende “restaurar a estabilidade estratégica com a Rússia” e, em última análise, promover “a reconstrução da Ucrânia no pós-guerra para garantir a sua sobrevivência como um Estado viável”.