O Governador do Banco de França, analistas e agências de referência, o antigo Presidente do país, Nicolas Sarkozy, e a opinião pública consideram que as “distorções” orçamentais do Primeiro-Ministro Sebastien Lecornu e do Presidente Emmanuel Macron estão a piorar “preocupantemente” a situação. … Crise política e financeira em França, a mais grave desde a fundação do regime pelo General de Gaulle entre 1958 e 1962.
Opondo-se às atrocidades parlamentares de Lecornu, que contribuem para aumentar o défice e a dívida pública, já considerada a mais grave da zona euro, François Villeroy de GalloO governador do Banco da França foi franco. “O que está a acontecer é preocupante. Esperava-se que a incerteza diminuísse. E o que está a acontecer é que a incerteza e a confusão estão a aumentar”, alertou.
“A França corre o risco de asfixia progressiva”, continuou Villeroy de Gallo, acrescentando que “o que estamos a ver é um fracasso num caminho muito tortuoso e incerto”.
Jean-Claude TrichetO ex-governador do Banco de França e uma das figuras mais influentes da história económica nacional comentou as fraudes do casal Lecornu-Macron: “Somos vítimas de uma terrível desordem política com consequências catastróficas para a nação”.
A Hexagone, agência de referência para a análise histórica da situação política e económica nacional, publicou um relatório devastador sobre os resultados práticos das políticas de Macron e as fraudes contínuas do seu chefe de governo. Suas principais reclamações:
– Todas as contas governamentais estão no vermelho, o que coloca a França no último lugar da Europa.
– A França tem e terá num futuro próximo o défice governamental mais grave da Europa, tornando-se um factor de crise e incerteza para a zona euro.
– A dívida pública continua a crescer, agravando a crise financeira do Estado, enquanto o resto da zona europeia melhora a sua posição.
Esta realidade catastrófica em matéria económica, financeira e orçamental tem um custo social e político muito elevado e está a agravar outras crises nacionais muito profundas.
Diagnóstico do ex-presidente
Por seu lado, Sarkozy analisou esta encruzilhada nacional, condenando uma série de questões de grande importância.
Perante as crises nacionais, o antigo presidente francês afirmou no semanário Le Point (liberal independente): “Só em casos muito raros é que a França se tornou vítima, como agora, de uma situação nacional que poderia provocar uma grave explosão social”.
Na sua opinião, a França vive uma “atmosfera pré-revolucionária” que tem muitas “fronteiras podres”: “o crescimento alarmante do Islão, hostil ao Estado”, “a perigosa marginalização do cristianismo”, “a relação incontrolável entre a direita tradicional e a extrema direita”, “a incerteza nacional e continental, europeia que ameaça o futuro do Ocidente tal como o conhecemos desde o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945”.
A opinião pessoal de Sarkozy coincide muito estreitamente com a preocupação global dos franceses sobre as fraudes do casal Lecornu-Macron. De acordo com um estudo do Centro de Investigação Política (Cevipof), 75-76% dos franceses acreditam que o primeiro problema de França, “problema número um”, é a classe política e a sua fraude, percebida como uma preocupação para as famílias e para o futuro do país.