novembro 28, 2025
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A prisão da ex-abadessa não foi a única ação da Guarda Civil contra a atuação das ex-freiras de Belorado. No final da noite desta quinta-feira, catorze agentes chegaram ao mosteiro de Orduña (Bizkaia) para expandir registo para investigar o alegado furto agravado de obras de arte, cometido há poucas horas no mosteiro de Burgos. Circunstância que as religiosas da Federação das Clarissas aproveitaram para comparecer ao convento e exigir a execução de um decreto do tribunal de Brivieschi (Burgos) que ordenava a transferência das cinco irmãs mais velhas de Belorado – autêntica comunidade, já que não tinham sido excomungadas – para um convento administrado pela ordem, fora do alcance dos cismáticos.

Assim, a ABC entende que um táxi adaptado e várias freiras clarissas da Federação também vieram a Orduña para cuidar de idosos com idades entre 86 e 100 anos que têm problemas de mobilidade e, em alguns casos, de capacidade mental. As freiras, que sempre viveram em Belorado, foram transportadas por cismáticos para o mosteiro da Biscaia no verão passado, justamente quando ocorria o processo de despejo. Após um relatório do Ministério Público, que delineou as condições em que viviam as idosas, e considerando a possibilidade de despejo, o juiz Brivieski decidiu que as Clarissas assumiriam a sua tutela.

No entanto, quando as freiras da Guardia Civil e das Clarissas apareceram em Orduña, no início de agosto, as antigas freiras impediram a execução da ordem judicial e os agentes, dada a situação de conflito que havia surgido, optaram por adiar a transferência. Como soube então, as tentativas das ex-Clarices Pobres de impedir a saída das mais velhas causaram grande tensão, que afetou também as ex-freiras. O comando policial encarregado da operação informou então ao juiz Brivieski que para cumprir a ordem era necessário primeiro prender as ex-freiras rebeldes por desobediência às autoridades, por isso preferiram não levar a situação a tal extremo.

Neste sentido, esta quinta-feira, coincidindo com a busca e prisão da antiga abadessa, as Clarissas dirigiram-se ao mosteiro para tentar mais uma vez cumprir a ordem. quando o pedido foi concluído novamente. Primeiro, os agentes examinaram diversas peças de arte, algumas das quais trazidas para cá por ex-freiras de Belorado. “Eles estão tirando coisas do mosteiro e pensei que precisava dar uma olhada no registro”, explicou a ex-vidente conhecida como Irmã Zion em um vídeo que eles forneceram à imprensa.

Porém, posteriormente, a pedido da Federação das Clarissas, também foi considerada a possibilidade de proceder à transferência de majores. “Não sei se somos os piores terroristas deste país, mas duvido muito que outras pessoas sejam tratadas da mesma forma que nós”, explicou a irmã Zion no mesmo vídeo sobre o assunto. Por fim, hoje a Guarda Civil decidiu rejeitar a transferência e adiá-la para um momento mais adequado.