Enquanto os delegados numa conferência da ONU discutiam como cumprir as promessas anteriores sobre o combate às alterações climáticas, tomava forma uma reunião movimentada focada na mesma questão a partir de uma perspectiva muito diferente.
Dezenas de indígenas dançaram, cantaram e desfrutaram da companhia uns dos outros em Belém, Brasil, a cidade na periferia da Amazônia que sedia a conferência deste ano, conhecida como COP30.
O evento paralelo, denominado Cúpula dos Povos, foi inaugurado nesta quarta-feira na Universidade Federal do Pará, que foi a anfitriã.
A inauguração incluiu pequenos protestos, cantos e danças, além de discursos liderados por comunidades indígenas de toda a Amazônia.
“Aqui somos ouvidos, aqui as nossas vozes são ouvidas”, disse Inés Antonia Santos Ribeiro, professora da universidade.
Os povos indígenas são alguns dos mais afectados pelas alterações climáticas, uma vez que muitos vivem perto da natureza, áreas que estão a sofrer degradação à medida que o aumento das temperaturas causa secas extremas, inundações e desertificação.
Ao mesmo tempo, os povos indígenas têm mantido e protegido as suas terras durante milénios, tornando a sua gestão ambiental importante na luta contra as alterações climáticas.
A conferência sobre o clima deste ano é a primeira a ser realizada na floresta amazônica, uma escolha simbólica do país anfitrião, o Brasil, em parte para garantir que os povos indígenas tenham uma grande presença.
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