novembro 20, 2025
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O que está sendo aclamado como um “avanço no tratamento do câncer” não vem de um novo medicamento experimental, mas de um medicamento que tem sido usado há 40 anos para tratar vermes.

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins patentearam uma nova forma de mebendazol, chamada polimorfo C, que pode funcionar muito melhor contra o câncer do que as versões atualmente disponíveis.

O mebendazol já é um medicamento bem conhecido que trata com segurança infecções parasitárias por vermes em humanos e animais.

A nova forma cristalina, o polimorfo C, parece penetrar mais eficazmente nos tumores, incluindo os tumores cerebrais, que são muitas vezes muito difíceis de tratar porque a maioria dos medicamentos não consegue atravessar a barreira protetora hematoencefálica.

De acordo com a patente, uma formulação oral com pelo menos 90% de polimorfo C pode atingir células cancerígenas em concentrações mais elevadas do que o mebendazol padrão, tornando-o potencialmente mais potente.

Os inventores disseram que esta nova forma poderia ser usada para tratar muitos tipos diferentes de câncer, desde tumores cerebrais, como gliomas e meduloblastomas, até câncer de mama, cólon, pulmão, pâncreas e tireoide, e possivelmente até ajudar a prevenir o câncer em pessoas de alto risco.

Em experiências com ratos, o polimorfo C atingiu níveis eficazes nos tumores e mostrou efeitos supressores tumorais mais fortes do que outras formas de mebendazol.

Os pesquisadores também sugeriram combiná-lo com outro medicamento, o elacridar, que pode impedir que as células cancerígenas liberem o medicamento, fazendo com que ele funcione ainda melhor.

A patente detalha um tratamento oral, que era uma versão redesenhada de um medicamento de 40 anos usado para tratar vermes.

A patente, concedida em 7 de setembro de 2021, diz: 'Como medicamento oral, o mebendazol polimorfo C é uma forma superior e atinge o cérebro e os tumores cerebrais em concentrações eficazes. A eficácia é ainda melhorada pela combinação do mebendazol com um inibidor da glicoproteína P.

“O mebendazol também pode ser usado no tratamento de outros tipos de câncer, bem como como agente quimiopreventivo”.

Outra abordagem proposta é combinar mebendazol C com antiinflamatórios como celecoxibe ou sulindaco.

A inflamação crónica está ligada ao cancro, pelo que esta combinação pode ajudar a reduzir o risco de formação de tumores em pessoas particularmente vulneráveis.

De acordo com os investigadores, como o mebendazol tem sido utilizado com segurança há décadas, esta nova formulação poderá entrar em ensaios clínicos mais rapidamente do que a maioria dos novos medicamentos contra o cancro.

A patente, depositada por Gregory Riggins, Renyuan Bai, Verena Staedtke, Avadhut Joshi e Tara Williamson, concentra-se em uma ideia simples, mas importante: o mebendazol vem em três estruturas ligeiramente diferentes, chamadas polimorfos, e uma delas, o polimorfo C, se comporta de maneira muito diferente no corpo.

Ele pode viajar para o cérebro de forma mais eficaz e atingir tumores em concentrações que podem realmente ser eficazes para matar células cancerígenas.

Isso é incomum porque a maioria dos medicamentos quimioterápicos não consegue chegar ao cérebro.

Os inventores disseram que esta nova forma poderia ser usada para tratar muitos tipos diferentes de câncer, desde tumores cerebrais, como gliomas e meduloblastomas, até cânceres de mama, cólon, pulmão (FOTO), pâncreas e tireoide, e possivelmente até ajudar a prevenir o câncer em pessoas de alto risco.

Os inventores disseram que esta nova forma poderia ser usada para tratar muitos tipos diferentes de câncer, desde tumores cerebrais, como gliomas e meduloblastomas, até cânceres de mama, cólon, pulmão (FOTO), pâncreas e tireoide, e possivelmente até ajudar a prevenir o câncer em pessoas de alto risco.

Quando os ratos receberam doses orais do polimorfo C, os pesquisadores descobriram que o polimorfo C atingiu níveis suficientemente altos no sangue e nos tumores para ter efeitos anticancerígenos.

A equipe descreveu os resultados como “maior supressão tumoral” com “toxicidade aceitável”, o que significa que a droga matou as células cancerígenas sem causar efeitos colaterais prejudiciais nos animais.

A patente também aborda um problema comum no tratamento do câncer: a resistência aos medicamentos.

Algumas células cancerosas possuem “bombas” moleculares que expelem medicamentos antes que eles possam atuar.

O uso do mebendazol C junto com um inibidor da glicoproteína P ajuda o medicamento a permanecer mais tempo dentro das células cancerígenas, aumentando sua eficácia.

Em testes com ratos que tinham tumores cerebrais agressivos, a combinação do polimorfo C e do elacridar prolongou a sobrevivência em comparação com o polimorfo C sozinho.

Mesmo após uma dose oral única, a droga permaneceu no cérebro durante várias horas em níveis superiores aos necessários para matar células cancerígenas em testes laboratoriais.

No entanto, o tratamento a longo prazo com mebendazol e elacridar causou alguns efeitos secundários, incluindo perda significativa de peso e até morte em alguns ratos.

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins patentearam uma nova forma de mebendazol, chamada polimorfo C, que pode funcionar muito melhor contra o câncer do que as versões atualmente disponíveis.

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins patentearam uma nova forma de mebendazol, chamada polimorfo C, que pode funcionar muito melhor contra o câncer do que as versões atualmente disponíveis.

Isto sugere que, embora a combinação tenha sido muito eficaz, em estudos futuros será essencial prestar muita atenção à dose e à duração do tratamento, observaram os investigadores.

A gama de cânceres cobertos pela patente é ampla e inclui tumores cerebrais, câncer colorretal, câncer de mama, câncer de ovário, câncer de pâncreas, câncer de próstata, câncer de tireoide, melanoma e sarcomas.

O desafio do mebendazol tradicional tem sido a absorção inconsistente no organismo, mas a nova formulação do polimorfo C foi projetada para superar esse problema.

Um estudo pré-clínico recente confirmou que o polimorfo C do mebendazol não apenas atinge níveis elevados no cérebro, mas também se concentra efetivamente em tumores cerebrais, melhorando significativamente a sobrevivência em camundongos com gliomas e meduloblastomas.

Os investigadores também testaram a combinação do polimorfo C com elacridar, um medicamento que ajuda a quimioterapia a permanecer dentro das células tumorais, e descobriram que esta combinação prolongou ainda mais a sobrevivência, embora doses mais elevadas causassem alguma toxicidade.

Estas descobertas forneceram provas laboratoriais concretas que apoiam as alegações da patente de que o polimorfo C pode penetrar nos tumores de forma mais eficiente do que outras formas, destacando a sua promessa como uma potente terapia contra o cancro cerebral.

Uma razão pela qual esta descoberta é interessante é o longo histórico de segurança do mebendazol.

Aprovado no início da década de 1970, é bem compreendido pelos médicos e está até disponível sem receita médica em alguns países.

Isto significa que os investigadores podem concentrar-se em testar a eficácia anticancerígena, em vez de começar com riscos de segurança desconhecidos.

No entanto, a equipe observou que só porque a droga funcionou em ratos não significa que funcionará automaticamente em humanos.

Os médicos precisarão determinar a dosagem correta, como o corpo humano a processa e se ela interage de forma segura com outros medicamentos.

A patente descreve formulações específicas, incluindo versões granuladas, revestidas ou micronizadas, para ajudar na melhor absorção do medicamento, todas elas exigindo maior desenvolvimento.

Se os ensaios clínicos puderem confirmar a promessa do polimorfo C, o mebendazol poderá tornar-se um raro exemplo de terapia contra o cancro que é eficaz, acessível e baseada num medicamento em que os médicos já confiam.

Para os pacientes que enfrentam alguns dos cancros mais mortais, este medicamento antigo pode oferecer um novo e surpreendente caminho a seguir.