dezembro 23, 2025
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As denúncias de assédio sexual e laboral, que renovaram conflitos internos no PSdeG-PSOE, serão o tema central da Comissão Nacional extraordinária que o partido realizará no dia 10 de janeiro. A decisão foi tomada esta segunda-feira pelo diretor executivo, presidido por José Ramón Gómez Besteiro. O conclave servirá também para “determinar o calendário de ações para as próximas eleições autárquicas”, afirmou o partido. E estarão presentes algumas vozes críticas ao líder socialista, incluindo a da prefeita de La Coruña, Ines Rey.

Com este apelo, Besteiro dá um passo em frente para tentar suprimir o incêndio interno que eclodiu repentinamente há 12 dias. Tudo começou com uma denúncia de alegado assédio sexual apresentada internamente contra o então presidente socialista da Câmara Provincial de Lugo, José Tomé. Durante este período, a hostilidade estendeu-se para além da liderança do líder do PSdeG, que não tomou qualquer acção contra o seu barão em Lugo até que o assunto se tornou público. Três críticos do secretário-geral foram acusados ​​de assédio no local de trabalho: a presidente da Câmara da Corunha, Ines Rey; o número dois do seu governo, José Manuel Lage; e o conselheiro barbadense José Carlos Valcárcel. Todos negam as acusações.

Os dois ex-vereadores socialistas que apontaram Rey e Lage escreveram a Besteir para lhe comunicar a sua reclamação e expressar as suas “profundas preocupações com a falta de uma resposta institucional forte” à vereadora e ao seu número dois. Esther Fontán e Eva Martínez Acon, esta última ex-secretária-geral do grupo socialista da Corunha, queixam-se de que a direção galega não exigiu que ambas renunciassem aos seus cargos orgânicos e institucionais, como aconteceu com Tomé e o vereador de Barbadas. “Noutros casos, tanto estaduais como regionais, o PSOE soube agir de forma rápida e decisiva, por isso, no nosso caso, exigimos o mesmo nível de compromisso”, afirmaram antigos membros do conselho.

Besteiro não compareceu após reunião com seu chefe nesta segunda-feira e ainda não se pronunciou sobre as denúncias contra Rey e Lage. O Partido Popular da Corunha exigiu a sua renúncia. “Não estamos perante casos isolados e específicos, estamos perante um determinado padrão de comportamento”, afirma o porta-voz da organização Miguel Lorenzo.

Tanto Tomé como Valcárcel abandonaram o partido, mas permaneceram conselheiros de Monforte e Barbadas, respetivamente, apesar da insistência de Besteiro para que lhes fosse pedido que elaborassem um protocolo. Sim, Valcárcel ficou quase sozinho na Câmara Municipal. O canal interno de Ferraz o apontou por supostamente assediar um vereador no local de trabalho, que por sua vez acusou um colega do governo local de assédio sexual. As cinco mulheres que até agora faziam parte da sua liderança deixaram-no e agora ele está acompanhado por apenas dois homens.

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