novembro 14, 2025
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“Precisamos de soluções reais; a crise climática está a pressionar os sistemas de saúde e a afectar as famílias mais vulneráveis”, que “já estão pagar pelo aquecimento global”O anúncio foi feito pelo secretário executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, Simon Still, na reunião plenária da COP30, na tarde de 13 de novembro.

Com estas palavras, ele começou, de mãos dadas com o Brasil, país anfitrião da cúpula: Plano de Ação de Saúde de Belém. Esta é a primeira iniciativa global de adaptação às alterações climáticas focada exclusivamente na saúde.

Segundo a EFE, a proposta, que reuniu dezenas de países, organizações, empresas e sociedade civil, inclui ações concretas para ajudar a fortalecer os sistemas de saúde face a uma emergência climática que já está a causar perdas de vidas, a aumentar as doenças e a colapsar hospitais em várias regiões do mundo.

Um exemplo recente foi a passagem do furacão Melissa, que matou pelo menos 45 pessoas na Jamaica, 43 pessoas no Haiti e uma pessoa na República Dominicana, além de causar extensos danos materiais. “Isso nos lembrou por que a adaptação pode salvar vidas”, disse o presidente da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, no lançamento.

As secas prolongadas também fazem com que os incêndios se espalhem e doenças respiratórias. Embora o aumento das temperaturas contribua para a propagação da dengue e aumente a mortalidade devido ao calor extremo ou condições de qualidade do ar.

Áreas de Ação

Conforme explica o Ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilla, o plano é construído sobre dois princípios: promoção e equidade na saúde, bem como governança com a participação da sociedade civil.

Na prática, será construído em torno três direções de ação: vigilância e monitoramento da saúde com foco no clima; políticas, estratégias e formação; e inovação, manufatura e saúde digital.

Espera-se, por exemplo, reforçar as capacidades de monitorização epidemiológica ou incorporar novas vozes, como as dos povos indígenas, na tomada de decisões em saúde. Visa também fortalecer as cadeias de produção e abastecimento de produtos essenciais para a saúde.

Por isso, Barbosa pediu aos ministros da saúde que apoiem este plano e o incluam nos seus programas nacionais, que serão monitorizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).