novembro 14, 2025
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Milhares de empresas, desde grandes redes até pequenos negócios locais, se preparam para participar do 15º Buen Fin, o fim de semana de descontos mais esperado do ano. Milhões de pessoas aguardam essas datas para aproveitar saldos, meses de parcelamento sem juros e promoções especiais. Só na Cidade do México, a Câmara Nacional de Comércio, Serviços e Turismo (Canaco) estima o impacto económico “histórico” em mais de 65 mil milhões de pesos. Mas por trás do entusiasmo pelo consumo também existe um risco: cair numa armadilha financeira se não agir de acordo com a estratégia.

A especialista em finanças pessoais Liliana Zamacona explica ao EL PAÍS que o Buen Fin não deve ser entendido como um convite para comprar mais, mas como uma oportunidade para refletir sobre a relação com o dinheiro e o consumo. “Todos os anos vemos pessoas a contrair dívidas para sustentar estilos de vida que não podem pagar” ou para fazer compras improvisadas, alerta. Zamacona enfatiza que o contexto joga contra a prudência financeira: “O sistema foi projetado para você. Você não vai entrar em uma loja e ouvir um lembrete de que deve economizar para a aposentadoria. Tudo foi projetado para que você compre.”

Quando é Buen Fin: lojas participantes e brindes

As ofertas oficiais do Buen Fin acontecerão de 13 a 17 de novembro, embora algumas empresas as tenham iniciado mais cedo. No site oficial do programa você encontra empresas participantes como Palacio de Hierro, Liverpool, Inditex, H&M e outras.

Além das ofertas, o sorteio Buen Fin 2025, organizado pelo Serviço de Administração Tributária (SAT) e pelo Ministério da Economia, regressa este ano e tem como objetivo incentivar as compras oficiais e a utilização de meios eletrónicos de pagamento. Quem faz compras com cartão de crédito ou débito está automaticamente incluído. O sorteio, que acontecerá no dia 5 de dezembro às 12h, distribuirá mais de P500 milhões em prêmios, incluindo um grande prêmio de P250 mil para consumidores e outros para empresas vencedoras.

Como determinar a oferta real

Zamacona alerta que é prática comum que lojas e comércios aumentem gradativamente os preços, por isso o desconto do Buen Fin não é realista. Por isso, antes de comprar, é recomendado comparar preços em diferentes lojas e sites. A Agência Federal de Defesa do Consumidor (Profeco) possui uma ferramenta Quem é quem nos preçospermitindo que você veja o histórico de custos de milhares de produtos e determine se os descontos são genuínos ou aparentes.

Também é importante verificar se a loja segue a programação oficial. As empresas participantes normalmente exibem o logotipo do Buen Fin e devem aderir aos termos e condições de vendas que oferecem ao público. Caso seja detectada alguma irregularidade, o consumidor pode registrar reclamação na Profeco ou entrar em contato com os módulos de atendimento instalados durante a campanha.

Dicas de finanças pessoais

Antes de aproveitar qualquer oferta do Buen Fin, o especialista recomenda realizar um diagnóstico financeiro pessoal. Este exercício consiste em analisar receitas, dívidas, despesas fixas e pequenas despesas diárias ou “despesas formigas”.

Uma vez esclarecido esse cenário, o próximo passo é criar um plano de ação para alcançar um bom final. Isso envolve identificar todas as suas despesas fixas anuais – seguros, mensalidades, impostos sobre a propriedade ou reuniões familiares – para determinar quanto dinheiro você realmente tem disponível para aproveitar os descontos.

Com base nessas informações, explica Zamacona, é elaborado um orçamento específico para compras. “Muita gente já registrou a renda dos meses sem juros e não sabe. Qualquer nova compra deve estar dentro de um limite mensal realista”, alerta.

Mas acima de tudo, ele recomenda aplicar um filtro pessoal: perguntar-se se você realmente precisa disso. “Esse impulso que você sente (de comprar) não é um sinal de Deus, é dopamina”, brinca. Seu conselho mais convincente é simples: use o bônus para saldar dívidas antes de comprar ou investir.

“Toda decisão financeira consciente é uma afirmação de liberdade”, finaliza o especialista. “Ninguém cuidará do seu dinheiro como você.”