dezembro 17, 2025
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Ministra das Relações Exteriores do Canadá, Anita Anand

– Europa Imprensa/Contato/Sean Kilpatrick

MADRI, 17 de dezembro (EUROPE PRESS) –

O governo canadense condenou na terça-feira o “tratamento duro” supostamente realizado pelas autoridades israelenses contra uma delegação de cidadãos canadenses, incluindo seis parlamentares, aos quais foi negada a entrada da Jordânia nos Territórios Palestinos Ocupados.

A informação foi afirmada pela ministra das Relações Exteriores do Canadá, Anita Anand, em sua conta na rede social.

Numa breve declaração, a diplomata-chefe de Ottawa disse que “expressou as objeções do Canadá aos maus-tratos sofridos” pelos seus compatriotas quando tentaram entrar na Cisjordânia através da passagem da fronteira israelita.

O governo israelita justificou a medida alegando “razões de segurança” e garantindo que o grupo chegou à fronteira “sem coordenação prévia”.

Mas o embaixador de Israel em Ottawa, Iddo Moed, disse em declarações à CBC que o motivo são alegados laços entre a Canadian-Muslim Vote – uma organização não governamental registada no país norte-americano que financia a viagem – com a Organização de Ajuda Islâmica a nível mundial (IRC), classificada pelas autoridades israelitas como uma “organização terrorista”.

O objetivo da viagem de três dias era reunir-se com palestinos deslocados, com escalas na Cisjordânia e em Israel.

O Voto Muçulmano Canadense expressou “desgosto, mas não surpresa” com a resposta do executivo israelense em uma nota na qual dizia que as doações que recebe “vêm daqueles que acreditam que uma democracia saudável pertence a todos nós”. “Obviamente Israel não acredita nisso”, acrescentou.

Por sua vez, o diretor do IRC, Tufail Hussein, chamou as acusações do embaixador de “falsas e imprudentes”. “As alegações de que os nossos recursos de caridade apoiam o terrorismo são infundadas e perigosas e colocam em risco os trabalhadores humanitários e os beneficiários que servimos”, queixou-se.

Jenny Kwan, legisladora do Novo Partido Democrático (NDP) detida durante várias horas na fronteira, disse num comunicado que o executivo canadiano informou Israel sobre a viagem e os seus preparativos.

Além disso, rejeitou o argumento das autoridades israelitas de que as vítimas “representam qualquer risco para a segurança ou ordem pública” e alertou que a decisão de negar a entrada a cidadãos e organizações que “participem em actividades parlamentares pacíficas e transparentes levanta sérias preocupações sobre a abertura de canais de diálogo”.

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