dezembro 21, 2025
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Helicópteros militares dos EUA se preparam para pousar no petroleiro Centuries, perto da Venezuela

– DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA INTERNA DOS EUA

O petroleiro que foi atacado perto da Venezuela não consta da lista de navios sancionados do Tesouro dos EUA.

MADRID, 21 de dezembro (EUROPE PRESS) – A Casa Branca garantiu este domingo que o ataque realizado esta tarde pela Guarda Costeira dos EUA ao petroleiro “Centuries” perto da Venezuela estava dentro dos limites da legalidade, apesar de o navio não constar da lista de navios sancionados pelo Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro.

A vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Anna Kelly, disse que o navio-tanque “transportava petróleo da sancionada PDVSA” (empresa estatal venezuelana Petróleos de Venezuela) e que “era um navio de bandeira falsa que operava como parte de uma frota paralela venezuelana para transportar petróleo bruto roubado e financiar o regime de narcoterrorismo” do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Kelly postou a mensagem no X em resposta a uma série de reportagens do New York Times e do Washington Post questionando a legalidade da operação. A Centuries, segundo fontes do jornal nova-iorquino, é propriedade de um comerciante baseado na China especializado no transbordo de petróleo bruto da Venezuela para as refinarias do gigante asiático.

Além disso, o navio tem bandeira panamenha, ao contrário do petroleiro Skipper, abordado pelos Estados Unidos em 10 de dezembro, que foi sancionado pelo Departamento do Tesouro e que também ostentava bandeira falsa da Guiana, informaram suas autoridades. Para complicar ainda mais a situação, fontes oficiais confirmaram ao New York Times que a Guarda Costeira não tinha um mandado de busca para entrar no Century e examinar a sua carga, como fez com o Skipper.

Dadas estas circunstâncias, fontes oficiais dos EUA, falando sob condição de anonimato, explicaram ao Washington Post que o embarque da Guarda Costeira dos EUA está de facto protegido por uma lei marítima conhecida como “direito de visitação”, ao abrigo da qual um navio de guerra pode revistar um navio pela mera suspeita de que este esteja envolvido em actividades ilegais.

Por todas estas razões, o governo venezuelano acabou por condenar a invasão como um “roubo” dos seus bens e um “sequestro” acompanhado pelo “desaparecimento forçado da sua tripulação pelos militares dos Estados Unidos da América em águas internacionais”, afirmou o governo de Nicolás Maduro num comunicado.

As autoridades venezuelanas chamaram a nova apreensão de “pirataria”, que, segundo Caracas, não cumpre várias regras do direito internacional e constitui uma “comissão flagrante” de um “crime”.

O governo venezuelano “tomará todas as medidas necessárias” para garantir que estas ações não ocorram “com impunidade”, incluindo a apresentação de uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU e outras organizações internacionais.

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