Christian Nodal travou momentaneamente sua primeira batalha legal com a Universal Music. O cantor regional mexicano compareceu nesta terça-feira, 18 de novembro, em uma audiência que durou mais de 16 horas e na qual estava acompanhado de seus pais, Jesus Jaime Gonzalez Terrazas e Silvia Cristina Nodal Jimenez: A Universal acusa os três de falsificarem documentos em apoio a uma ação civil movida contra a gravadora em 2021, na qual a Sonora reivindica direitos sobre 50 músicas. O processo começou depois que o artista decidiu naquele mesmo ano assinar contrato com a Sony Music e não renovar o contrato com a Universal. Nesta quarta-feira, 19 de novembro, um morador de Sonora falou à mídia ao sair do Centro Federal de Justiça Criminal, localizado próximo ao presídio Oriente. Ele disse estar satisfeito com a decisão do juiz de não envolver a família Nodal no julgamento. “Ficamos aqui cerca de 17 horas”, disse o artista, saindo do salão. “Valeu a pena; é satisfatório que não estivéssemos ligados. Assim como o advogado teve a oportunidade de dizer que havia 33 documentos falsos e que falsificaram assinaturas, (quero) dizer-vos que o juiz já decidiu que não há ligação, não há sequer um pedaço de papel que comprove que falsificámos algum documento”, acrescentou.
A FGR emitiu um comunicado no qual explica que a juíza não absolveu nem o artista nem a sua família, “simplesmente determinou que houvesse outro julgamento de natureza cível, sendo necessário aguardar o seu resultado para que o processo criminal continuasse ou não”, refere o comunicado.
Origem da disputa
Christian Nodal tinha 17 anos quando assinou com a Universal Music em 2017. Desde menor, seus pais eram seus representantes legais. Em 2021, o artista e sua família entraram com uma ação civil contra o Universal Music Grupo México depois de não conseguirem chegar a um acordo para renovar ou rescindir o contrato que ele assinou com eles quatro anos antes. Ao mesmo tempo, enquanto os dois lados tentavam chegar a um acordo, Nodal realizou vários duetos – com Banda MS e Belinda, para citar alguns – e a Universal pediu à Associação Mexicana de Produtores de Fonogramas e Videogramas que vetasse o artista. A organização pediu às empresas e artistas que “absterem-se de contratar, divulgar, produzir, distribuir, comercializar, usar e/ou vender as obras de áudio do cantor”.
Depois disso, Nodal recebeu proteção e esclareceu a situação por meio de um vídeo ao vivo transmitido em sua conta no Instagram. “Algo maluco está acontecendo. Muitos fãs estão preocupados com o que dizem sobre mim. Quero manter todos calmos e me ajudar a divulgar esse vídeo porque é impossível para eles continuarem a forçar esse tipo de escravidão de artistas às gravadoras”, disse o cantor.
No processo de 2021, os Nodals reivindicaram os direitos de 50 músicas. No entanto, a Universal Music rebateu o artista em 2024 por quebra de contrato e danos. Segundo este jornal, o representante legal da gravadora Universal Music, Ulrich Richter Morales, pediu à FGR que iniciasse um processo após identificar irregularidades e inconsistências em mais de 30 documentos fornecidos pela família Nodal: papéis e assinaturas falsas nas quais a Universal supostamente cedeu os direitos ao cantor regional mexicano.
Richter Morales explicou em entrevista à Radioformula em outubro de 2025 que o acordo original estipulava que o intérprete das músicas seria uma pessoa de Sonora, e a dona das obras seria a gravadora. Acrescentou ainda que se os direitos tivessem sido transferidos para o artista, este teria recebido cerca de 30 milhões de pesos em royalties, dinheiro que a equipa jurídica de Nodal afirma ter sido recebido em dinheiro. “Neste assunto, que é muito delicado, vemos transações suspeitas. Há um acúmulo de atividades ilegais. Se os contratos forem verdadeiros, então você cometeu uma mistura de transações suspeitas”, afirmou o advogado.