dezembro 5, 2025
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Os veículos eléctricos continuarão a receber subsídios governamentais em Espanha no próximo ano, algo que o sector não tem na maioria dos países europeus onde a forma de assistência mais comum são os incentivos fiscais, como é o caso de Portugal. A Alemanha é outra excepção, tendo acabado de anunciar um plano para subsidiar compras para o próximo ano. Embora esta seja uma boa notícia para a indústria automóvel, a apresentação de um novo programa denominado Plano Auto+ pelo presidente do governo, Pedro Sánchez, esta quarta-feira, deixou várias questões.

Quando o novo plano entrará em vigor e quais valores ele fornecerá?

O Auto+ começará a ser implementado no próximo ano, a partir de 1º de janeiro, quando terminar o atual plano Moves, que foi prorrogado consecutivamente por vários anos. O governo, que destinou 400 milhões de euros para o novo programa, ainda está a trabalhar nele. Uma das coisas que ainda não se sabe é quanta assistência será prestada aos candidatos. O que se sabe é que irá abranger apenas a aquisição de automóveis elétricos e híbridos, excluindo os subsídios aos postos de carregamento para particulares e operadores que queiram colocar postos de carregamento em locais como supermercados ou centros comerciais. Os incentivos para que indivíduos ganhem pontos, se houver, serão fornecidos por marcas ou comunidades autônomas que considerem apropriado.

Como é diferente dos movimentos? Levará tanto tempo para fornecer assistência?

A principal diferença está, caso você não saiba os valores, na rapidez do processamento. O Moves é um programa tutelado pelo Ministério da Transição Ecológica, responsável pela distribuição de fundos às comunidades autónomas, que ficam então responsáveis ​​pelo processamento dos ficheiros e pela prestação de assistência aos utilizadores elegíveis. Este aspecto tem sido fortemente criticado pelo sector devido à falta de transparência das comunidades na implementação do programa e à extrema lentidão da gestão, com tempos de espera potencialmente superiores a dois anos. Por outro lado, o novo Auto+ será gerido diretamente pelo Ministério da Indústria e Turismo, que promete ser uma “assistência direta” ao estilo do Restart Auto+, o programa de ajuda a todos aqueles que perderam o carro no catastrófico acidente de Valência no ano passado e que tem sido elogiado pela comunidade automóvel.

O que acontece com a lista de espera do Moves?

Segundo fontes do setor, a lista de espera deixada pela Moves é grande – cerca de 350 milhões de euros. Isto inclui não só a assistência ao veículo, mas também a instalação de estações de carregamento. Para todos estes pedidos, o Executivo aprovou uma rubrica adicional de mais 400 milhões de euros para medidas que vigorarão até 31 de dezembro, segundo informações do EL PAÍS. Ou seja, até lá, todos os que solicitam assistência para veículos elétricos sabem quanto podem reclamar (por exemplo, no caso de um veículo elétrico, o valor é de 4.500 euros, com possibilidade de aumentar para 7.000 se somarmos a reciclagem de um carro antigo com motor de combustão interna).

É melhor esperar ou comprar um elétrico agora?

A verdade é que o cenário actual, embora haja a certeza de que a assistência será prestada no próximo ano, é um cenário de incerteza. Como os valores são desconhecidos, poderão subir, descer ou ser idênticos aos atuais Movimentos de 2026. Notícias sobre esta matéria poderão mesmo surgir no início do ano e poderão ser aprovadas retroativamente a 1 de janeiro. De referir que até 31 de dezembro existe também uma dedução até 3.000 euros na declaração de imposto sobre o rendimento pela aquisição de um veículo elétrico. Não está claro se este último estímulo continuará no próximo ano, mas é previsível que assim seja.

O Auto+ ajudará a aumentar as vendas de veículos elétricos?

O surgimento deste novo plano, que promete ser mais flexível, poderá dar um impulso decisivo ao desenvolvimento da mobilidade eléctrica, não só graças à assistência, mas também graças ao contexto do sector. No próximo ano haverá no mercado vários modelos com um custo inferior a 25 mil euros, que, se for acrescentada assistência, poderão manter-se com preços muito atrativos. Alguns exemplos são os quatro modelos que o Grupo Volkswagen produzirá em Barcelona e Navarra a partir de 2026: Cupra Raval e Volkswagen ID. Polo, Volkswagen ID. Cruz e Skoda épico. A eles juntar-se-ão outros modelos como o Kia EV2, que será produzido na Eslováquia, ou o Renault Twingo, que será montado na Eslovénia e terá um preço inicial inferior a 20.000 euros.