novembro 23, 2025
6913a260ce7a7.jpeg

O anúncio foi feito sábado pelo presidente da 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), André Correa do Lago. endosso do Acordo Global Mutirão -Cooperação Global-, um documento para reduzir o uso de combustíveis fósseis, embora sem compromissos ou metas claras.

“A ciência está vencendo. O multilateralismo venceu” O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse em comunicado divulgado após o anúncio do acordo. “Num ano em que a temperatura do planeta excedeu os níveis pré-industriais em 1,5 graus pela primeira vez, e talvez para sempre, a comunidade internacional foi forçada a escolher: continuar ou desistir. Escolhemos a primeira opção”, afirmou.

Acordo foi alcançado depois de uma noite de intensas negociações fechou às 8h deste sábado em Belém. Inclui avanços nas regras de adaptação, financiamento e transparência, mas deixa até 2026 as decisões que teriam sido tomadas na reunião atual.

Após o anúncio do acordo, várias delegações protestaram abertamente contra o facto de Consideram a postura de pouco diálogo por parte do presidenteincluindo delegações da União Europeia, Colômbia, Panamá e Suíça.

O próprio presidente da COP30, Correa do Lago, ordenou a suspensão da sessão plenária devido ao desvio de meia dúzia de delegações do acordo anunciado. “Desculpe. Não vi nenhuma bandeira.” disse o representante do Brasil, que abriu a rodada de consultas a portas fechadas.

A Colômbia foi um dos países mais militantes na defesa da aprovação metas e cronograma específicos para acabar com o uso de combustíveis fósseis. A delegação colombiana manifestou a sua preocupação pela falta de partes acordadas por consenso. “A Colômbia não aceitará um texto que negue a ciência, impeça o alcance da meta de 1,5 C e vire as costas às pessoas e à vida”, enfatizou a ministra colombiana do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, Irene Vélez-Torres.

Desmatamento e combustíveis fósseis

“Vou criar dois cartões: um para reverter o desmatamento e outro para fazer a transição rumo a uma transição para longe dos combustíveis fósseis”, propôs Correa do Lago durante a reunião plenária da COP30 neste sábado.

A estrutura é voluntária, mas durante o ano da presidência brasileira da COP essas duas questões estarão no topo da agenda. Assim, serão organizadas reuniões de alto nível nas quais esta abordagem terá uma forte componente científica, mas nas quais Reunirá governos, indústria e sociedade civil. Uma vez realizado, o resultado será devolvido ao Tribunal Constitucional, sublinhou Correa do Lago. Primeira conferência de alto nível será realizada em abril na Colômbia e se concentrará na redução do uso de combustíveis fósseis, explicou.

Texto Global Mutirão

O texto “Mutirão Global: unindo a humanidade na mobilização global contra as mudanças climáticas” propõe acelerar a implementação do Acordo de Paris e destaca a necessidade urgente de reduzir rapidamente as emissões. A proposta destaca a importância da igualdade, dos direitos humanos e do multilateralismo e alerta para lacunas significativas no financiamento climático.

O documento foi adotado por 194 países, o que por si só representa um triunfo dada a actual turbulência geopolítica. Planeia triplicar o financiamento para a adaptação, embora a meta de 120 mil milhões de dólares por ano tenha sido adiada por cinco anos, até 2035.

Por último, não menciona a questão dos combustíveis fósseis com medidas específicas, fruto da forte oposição de países produtores de petróleo como a Arábia Saudita. Paralelo, Plano de transição aprovado com apoio de 90 países rumo a uma economia livre de combustíveis fósseis, o que não faz parte do acordo final. A iniciativa contou com o apoio do país anfitrião, o Brasil, com apoio fundamental da Colômbia.

O segundo plano de combate ao desmatamento recebeu apoio de mais 90 países, embora a sua ausência no acordo final da COP30 represente um revés significativo, uma vez que o evento foi realizado especificamente em Belém, no coração da Amazônia, para facilitar a inclusão da questão. O Brasil também contribuiu criação da Fundação Rainforest Foreverque prevê a destinação de recursos para prevenir o desmatamento.

Outro acordo importante e muito apreciado pela sociedade civil foi o acordo criação do Mecanismo de Transição Justaum plano que incentive a transição para uma economia verde que seja justa e proteja os direitos de todas as pessoas, com especial referência aos trabalhadores, mulheres, povos indígenas e pessoas de ascendência africana.