MADRID, 12 de novembro (EUROPE PRESS) –
O presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou na terça-feira a suspensão temporária das comunicações “e outras relações comerciais” com as autoridades de segurança dos EUA, citando ataques de Washington a navios em águas caribenhas.
“Todos os níveis de inteligência pública foram ordenados a suspender as comunicações e outras operações com as agências de segurança dos EUA”, disse ele na sua conta X na rede social.
Numa breve mensagem, o presidente disse que a medida permanecerá em vigor “enquanto continuarem os ataques com mísseis contra navios no Caribe”, referindo-se aos bombardeios do Exército dos EUA lançados em setembro, que mataram mais de 60 pessoas no que a Casa Branca chama de operações antidrogas e denunciadas por organizações internacionais e pelas Nações Unidas como “assassinatos extrajudiciais”.
“A luta contra as drogas deve estar subordinada aos direitos humanos dos povos do Caribe”, acrescentou sobre a decisão, que aumenta as tensões entre Bogotá e a administração de Donald Trump.
Petro fez estas afirmações depois de se ter revelado que o Reino Unido estava a mover-se na mesma direcção, conforme noticiado pela primeira vez pela rede de televisão CNN e depois pelos meios de comunicação britânicos como The Times e The Guardian, embora ainda não tenha havido qualquer confirmação sobre o assunto por parte do 10 Downing Street.
Um porta-voz do governo britânico citado pela SkyNews afirmou simplesmente que “Os Estados Unidos são o nosso parceiro mais próximo de defesa, segurança e inteligência, mas como princípio de longa data, não comentarei questões de inteligência”.
Além disso, quando questionado sobre os ataques lançados pelos Estados Unidos contra navios nas águas das Caraíbas e do Pacífico, observou que estas “decisões são uma questão” do país norte-americano e que “as questões sobre se algo é contrário ao direito internacional são da responsabilidade do tribunal internacional competente e não dos governos”.