novembro 14, 2025
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E se a ansiedade de separação do seu cão tivesse algo a ver com o intestino e também com o coração? Um estudo recente publicado em Relatórios científicos (Nature, 2025) voltou a apresentar uma ideia que ganha força entre veterinários, etólogos e educadores: o bem-estar emocional e o equilíbrio intestinal estão profundamente ligados.

O que acontece nos intestinos não fica lá. Através de uma complexa rede de comunicação (chamada eixo intestino-cérebro), bactérias, moléculas inflamatórias e neurotransmissores enviar mensagens constantes ao sistema nervoso central. Quando esse diálogo muda, o clima muda.

O trabalho, desenvolvido por uma equipe internacional de pesquisadores, detalha como o intestino funciona quase como um segundo cérebro. Produz mensageiros químicos como a serotonina ou GABA, responsáveis ​​por regular a calma e a ansiedade.

Se a microbiota intestinal ficar desequilibrada, ocorre inflamação no corpo e o cão fica mais reativo, mais sensível ao estresse. Uma simples intolerância alimentar ou colite crônica pode ser um gatilho invisível para o seu desconforto emocional.

“Muitos tutores acham que seu cachorro se comporta mal quando é deixado sozinho, mas na verdade ele está sofrendo”, explica Carlos Millara, educador canino especializado em ansiedade de separação. “Se houver dor abdominal ou náusea, a resistência ao estresse diminui e vemos um animal que faz barulho, engasga ou destrói objetos. Isso não é desobediência, isso é fisiologia“.

O estudo aponta para essa relação bidirecional: O estresse pode causar distúrbios intestinais e os distúrbios intestinais podem piorar o estresse. Este é um círculo vicioso difícil de quebrar, a menos que o problema seja abordado em ambas as frentes. “Não adianta trabalhar apenas o emocional se o corpo está ruim, nem o físico se o cachorro continua com medo de ficar sozinho”, resume o especialista em separação. “O bem-estar deve ser inclusivo.”

Às vezes, Sinais digestivos que acompanham problemas de ansiedade passam despercebidos. Fezes amolecidas ocasionais, gases com cheiro forte, lambidas compulsivas nas patas, inchaço, mau hálito ou alterações no apetite podem indicar que algo está errado no sistema digestivo.

Caso ocorram dores abdominais ou náuseas, a tolerância ao estresse diminui e vemos o animal fazendo barulho, ofegando ou destruindo objetos.

Pesquisadores Natureza Eles também notaram que aumento da permeabilidade intestinal (conhecido como “intestino permeável”) permite que moléculas pró-inflamatórias entrem na corrente sanguínea e afetem o cérebro.

Resultado menor tolerância à decepção e maior reação emocional, o que significa que o cão está predisposto à reatividade, ansiedade de separação e outros problemas relacionados à frustração e paciência.

Portanto a conclusão é clara: a saúde do sistema digestivo, assim como o bem-estar geral do animal, também importa. pilar do bem-estar emocional dos cães. Assim, rever a dieta alimentar, abordar os desconfortos gastrointestinais e acompanhar este processo com um trabalho emocional adequado pode fazer a diferença entre um cão que tolera cada ausência e um cão que consegue descansar tranquilamente quando o seu tutor está ausente.